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14 de jan. de 2011

Faturamento 50% maior em 2010

Apple continua vitoriosa e rivais tentam se reposicionar

Gabriel Madway | sexta-feira, 14 de janeiro de 2011 10:2

SAN FRANCISCO, Estados Unidos (Reuters) - A Apple está iniciando 2011 em clima de vitória, como uma máquina de fazer dinheiro que registra alta de vendas em todas as linhas de produtos, enquanto enfrenta um oceano de rivais inquietos e determinados a deter sua espantosa sequência de sucessos.

Com a aproximação do anúncio de seus resultados trimestrais, na próxima terça-feira, a expectativa é de que a receita da Apple deverá registrar facilmente uma alta superior a 50 por cento. Esse seria um desempenho cintilante para uma empresa de qualquer porte, e ainda mais para uma companhia com valor de mercado superior aos 300 bilhões de dólares.

Dado o ímpeto acumulado, o que poderia tirar esse trem dos trilhos?

Brian Marshall, analista da Gleacher & Co, diz que existe o perigo de que a Apple caia vítima de seu sucesso. "Se as expectativas se tornarem exageradas, não haverá maneira de a companhia cumpri-las."

Mas ele não tem preocupações quanto ao desempenho da Apple na temporada de compras de fim de ano de 2010, um sentimento compartilhado por Wall Street. "Não acredito que o trimestre tenha tido qualquer ponto fraco", disse.

As vantagens da Apple estão bem documentadas: a difusão mundial do iPhone, cujas vendas devem superar os 60 milhões de unidades este ano; a ascensão do iPad, que criou sozinho um mercado para os computadores tablet; e o crescimento forte que continua a ser visto em sua linha Mac de computadores, reanimada.

Mais valiosa companhia dos Estados Unidos, excetuada apenas a Exxon Mobil, a Apple elevou seu valor de mercado em mais de 100 bilhões de dólares em 2010. As ações da companhia já subiram 7 por cento este ano, com ajuda do aguardado lançamento do iPhone pela maior operadora norte-americana de telefonia móvel, a Verizon Wireless.

Com a alta nos preços das ações, analistas e investidores estão debatendo sobre a melhor forma de avaliar a Apple. A empresa tem ações negociadas a um múltiplo de 17 vezes sua projeção anual de lucros, ante 12 para a Microsoft e 21 para o Google.

Mas alguns analistas defendem a exclusão da reserva de caixa de 50 bilhões de dólares da empresa dessa avaliação, o que significa que o múltiplo da Apple é de cerca de 15.

Brian White, analista da Ticonderoga Securities, diz que, sob esse critério, as ações da empresa parecem baratas.

"A um múltiplo de 15 excluídas as reservas, não estão caras", disse. "Não há motivo para hesitar diante de um múltiplo como esse, dado o crescimento que eles vêm registrando."

Para White, a maior ameaça à Apple é o Android, do Google, que passou por forte crescimento em meio ao surgimento de uma série de rivais do iPhone e iPad.

Na semana passada, a feira Consumer Electronics Show de Las Vegas contou com dezenas de aparelhos baseados no Android, o que ressaltou a determinação dos rivais da Apple.

"Quase todo mundo está usando Android", disse ele. "Olhando para dois a cinco anos, eles (Apple) precisam ter certeza que o Android não vai fazer o que a Microsoft fez com eles no mercado de computadores pessoais."

A expectativa média do mercado para o desempenho da Apple no primeiro trimestre fiscal, que inclui o feriado do Natal, é de venda de cerca de 15,5 milhões de iPhones, 5,5 milhões de iPads e de 4 milhões de computadores Mac.

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29 de jun. de 2010

A mudança de perfil da classe C com os novos emergentes.


Produtos 'premium' conquistam consumidores emergentes

A classe C avança sobre o mercado de produtos mais caros, que antes eram consumidos em massa somente pelas classes mais abastadas

Beatriz Ferrari e Derick Almeida

Seção de cosméticos de uma drogaria em São Paulo
O setor de higiene e beleza foi responsável por 21% dos gastos com produtos 'premium' em 2009 (Germano Luders)
Fatores mais intangíveis, como qualidade, conforto e refinamento, ganharam relevância na decisão de compra da classe C.
O preço não é mais o único fator decisivo na hora da compra para a classe C (com renda familiar entre 1 500 e 4 500 reais). Especialistas ouvidos por Veja.com destacam que ganharam força nos últimos anos elementos mais intangíveis, como qualidade, conforto e refinamento; o que não significa descuido com aqueles aspectos relacionados ao bolso, como valor, rendimento e relação custo-benefício. Com conseqüência, indicadores econômicos evidenciam que, cada vez mais, a classe C adquire bens que tradicionalmente eram consumidos em massa somente pelas classes A e B. São os produtos 'premium' – aqueles que vão além do 'básico' e que, justamente por isso, são mais caros. (veja quadro)*
Já se sabia que esta classe média emergente estava mudando as estratégias de negócio do comércio em função de seu crescente poder de compra. Esta conquista é fruto do próprio desenvolvimento econômico, que gera riqueza e amplia o número de empregos formais. A política de valorização do salário mínimo (com ajustes acima da inflação) e os programas de distribuição de renda completam esse quadro. Segundo projeção do Instituto Data Popular, especializado nas classes C, D e E, a massa salarial deve fechar o ano em R$ 1,38 trilhão. Fora a questão do rendimento familiar, a demanda e a confiança do consumidor têm sido impulsionados pela estabilidade macroeconômica e pela ampliação do crédito pessoal. Dados da consultoria LCA apontam que as concessões saltaram 249% de 2003 até o fim do ano passado.
Nos últimos oito anos, uma multidão de 32 milhões de pessoas ascendeu à classe C e passou a consumir todo tipo de produto. Será graças a ela, dizem os especialistas, que o volume de vendas do setor mostrará expansão de cerca de 5% neste ano. E isso se dará sobre uma base de comparação já elevada. O acréscimo no volume de vendas físicas do setor, medido pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, já totalizou 48,4% de 2003 até o ano passado.
Além do aspecto meramente quantitativo, de que há mais gente comprando, os empresários têm sido obrigados a repensar seus negócios para dar conta de hábitos diferenciados e em mutação. Em pesquisa sobre aquecimento do varejo no ano passado, a consultoria Nielsen Brasil constatou que 25,1% do volume total de vendas era composto de produtos sofisticados – categoria que nem era avaliada em 2008. "Os níveis socioeconômicos médio e baixo são responsáveis por essa mudança", afirma João Carlos Lazzarini, diretor de atendimento a varejistas.

*Veja.com compilou segmentos que, segundo os institutos de pesquisa, tiveram forte crescimento nas vendas nos últimos anos, bem como os produtos 'top' que neles se destacaram. **Conceito de ‘penetração’: é o quanto um produto está presente numa determinada classe social.
O peso da marca – Este movimento de sofisticação, apontam os especialistas, tende a beneficiar as fabricantes de marcas conhecidas. "A renda melhorou nos últimos anos, mas muitas famílias ainda têm o orçamento contado. Assim, para boa parte delas, adquirir um produto de uma marca conhecida significa a certeza de que não haverá dinheiro jogado fora", esclarece Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, especializado nas classes C/D/E.
De acordo com a consultoria Kantar WorldPanel, o fenômeno da sofisticação do consumo por parte dos estratos populares é mais visível no segmento de higiene e beleza, que foi responsável por 21% de todos os gastos com produtos 'premium' em 2009. Essa categoria é a terceira na lista dos desejos do consumidor de baixa renda, depois de tecnologia e educação, segundo o Data Popular. "Não é por vaidade, é uma forma de inclusão. O impacto na auto-estima é muito maior do que em um consumidor de classe alta", explica Meirelles.
Mudança de planos – Atentas aos lucros propiciados por essa 'nova fronteira' do mercado, as fabricantes de alguns tradicionais produtos premium estão redesenhando suas estratégias. 
A marca de sabão em pó Omo, uma das mais caras entre as concorrentes, investiu pela primeira vez em uma ação de mídia que ressalta a relação custo-benefício do produto. A campanha "Faça as contas e escolha Omo" sugere que, na ponta do lápis, comprar marcas populares ou pouco confiáveis sai mais caro. O papel higiênico de folha dupla Neve e o alvejante Vanish decidiram disponibilizar os produtos em embalagens maiores, que barateiam o preço final.