Mostrando postagens com marcador consumo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador consumo. Mostrar todas as postagens

3 de mar. de 2011

Dados das Contas Nacionais Trimestrais revela aumento nas compras.

IBGE: consumo das famílias aumenta 7,0% em 2010

O consumo das famílias, segundo o IBGE, registrou alta de 2,5% no quarto trimestre de 2010 ante o terceiro trimestre do mesmo ano. Já na comparação com o quarto trimestre de 2009, o consumo das famílias aumentou 7,5% nos últimos três meses do ano passado, fechando 2010 com expansão de 7%.

De acordo com o IBGE, que divulgou hoje os dados das Contas Nacionais Trimestrais, o consumo do governo teve queda 0,3% no quarto trimestre de 2010 ante o terceiro trimestre do ano passado e cresceu 1,2% ante o quarto trimestre de 2009. No acumulado de todo o ano de 2010, o consumo do governo teve uma expansão de 3,3%.

Investimentos

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 0,7% no quarto trimestre de 2010 ante o terceiro trimestre do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2009, a FBCF subiu 12,3% no quarto trimestre do ano passado. Com o resultado anunciado hoje pelo IBGE, a FBCF - que corresponde aos investimentos - acumulou expansão de 21,8% em 2010 ante 2009.

Segundo o instituto, a taxa de investimento (relação entre FBCF e PIB) no quarto trimestre de 2010 foi de 18%. No terceiro trimestre do ano passado, a taxa de investimento tinha sido de 19,4%. Em 2010, a taxa de investimento foi de 18,4%.

Mônica Ciarelli e Alessandra Saraiva | Copyright © 2011 Agência Estado.

6 de nov. de 2010

Neoconsumir ou Metaconsumidor?

Sustentabilidade entra no carrinho de compras e muda perfil do consumidor

Com os avanços dos meios de consumo, o perfil do consumidor mudou. E ele passou ser chamado de neoconsumidor – aquele que surgiu com o advento dos canais digitais, que permitiram acesso global a marcas, produtos e lojas. Contudo, outras questões começaram a fazer parte das escolhas desses consumidores, as ligadas à sustentabilidade e ao consumo consciente.

Estudo da GS&MD – Gouvêa de Souza denomina esse novo perfil de metaconsumidor. Os pesquisadores identificaram que o metaconsumidor ainda está em seu estágio básico. Contudo, ele já traz mudanças na dinâmica do consumo, alterando as estruturas de negócios, produtos, canais e marcas. “Toda a cadeia produtiva e de consumo enfrentará estas mudanças. Assumir o pioneirismo pode significar o sucesso”, afirmam os pesquisadores no estudo.

Para eles, o crescimento dos metaconsumidores se dará de forma vertiginosa. Saber quem eles são e o que querem, dessa forma, ajuda a entender essa nova dinâmica.
Para traçar esse perfil, a GS&MD ouviu 8.500 consumidores de 17 países do mundo (Canadá, Brasil, Portugal, França, Reino Unido, Austrália, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Dinamarca, Espanha, China, México, Chile, Itália, Romênia e Turquia) em agosto deste ano.

Novas questões, um novo perfil

As principais mudanças que tornam os consumidores de hoje em metaconsumidores referem-se às questões da sustentabilidade, mesmo que elas ainda não sejam determinantes.

O estudo mostra que a sustentabilidade para os consumidores ainda se restringe à questão ambiental. Contudo, os brasileiros pagariam até 8% a mais para ter um produto sustentável, 44% adotam a sustentabilidade no dia a dia, 66% acreditam que faltam produtos nessa linha e 45% acreditam que sustentabilidade é consumir de maneira equilibrada.

No mundo, 40% dos novos consumidores compram de empresas social e ambientalmente corretas. Nesse quesito, as brasileiras lideram e 56% delas têm o mesmo comportamento. No sentido contrário, 36% dos consumidores consultados evitam comprar produtos de empresas que não agem de maneira socialmente responsável.

Os metaconsumidores também acreditam que as empresas devem passar informações sobre consumo sustentável: 41% têm expectativa de que as empresas eduquem os consumidores nesse sentido. No Brasil, essa expectativa é maior e atinge 70% dos consumidores da classe B2.

Para 27% do total de consumidores consultados, as propagandas de produtos que assumem ser sustentáveis são confiáveis. No Brasil, esse percentual sobe para 45%, considerando os consumidores da classe B2, enquanto no México atinge 47%. Os produtos com elementos reciclados são os preferidos de 32% dos metaconsumidores.
Apesar de todas essas preocupações, os consumidores reconhecem que o consumo excessivo ainda faz parte de suas realidades, atingindo 14% dos pesquisados. No Brasil, esse percentual sobe para 19% entre as mulheres.

Internet como fonte de informação

O novo consumidor, preocupado com as questões ambientais, busca informações sobre produtos sustentáveis. E 63% dessa busca concentra-se na internet. A TV, os jornais e as revistas são utilizados por 52%, 47% e 35% dos entrevistados, respectivamente. Já 28% consultam a família e os amigos quando querem informações dessa natureza. O mesmo percentual busca esse tipo de informação por meio de selos e certificados.
As lojas e as redes sociais são utilizadas por 24% e 18% dos novos consumidores, nesta ordem. Mas 13% afirmam que ainda não se preocupam com esse tipo de informação.

Camila F. de Mendonça | 29/10/2010

22 de out. de 2010

Queixas contra empresas que vendem produtos e serviços na Internet.

e-consumidores de SP contarão com serviços do Procon

A partir desta sexta-feira, 22, os internautas de São Paulo passam a contar com um endereço eletrônico para formular queixas contra empresas que vendem produtos e serviços na Internet.

O órgão já realizava atendimentos on-line, das 10h às 16h, mas só para tirar dúvidas. Também era possível resolê-las por telefone e e-mail. Mas o registro de reclamações só podia ser feito pessoalmente e com a apresentação do RG original e de cópias dos documentos que comprovassem a compra.

Até agora, quem precisasse registrar uma reclamação contra um site de vendas on-line precisava ir até um dos postos de atendimento do Procon, o que em São Paulo, era feito apenas nos Poupatempos de Itaquera (zona leste), Santo Amaro (zona sul) e Sé (centro).

Com o novo site, o consumidor não precisará mais ir até um desses postos de atendimento nem apresentar documentos na primeira etapa. Por enquanto, o site só receberá queixas contra operações feitas on-line. A ideia é que, no futuro, o site seja usado para reclamações contra todas as empresas, de qualquer meio de consumo.

O Procon não informou quantas queixas recebe anualmente de empresas de vendas on-line. No ranking do ano passado, porém, a B2W, que reúne os sites Americanas.com, Submarino, Shoptime e TV Sky Shop, aparece no 29º lugar entre as empresas com mais reclamações de consumidores.

21/101/2010

29 de jul. de 2010

36% dos brasileiros acreditam que uma etiqueta na embalagem é a melhor forma de uma empresa comunicar práticas ambientais.

Embalagens ajudam a promover o consumo consciente

Natura, Do Bem e Goóc divulgam práticas sustentáveis em seus produtos



Os rótulos aparecem como um canal eficaz para as empresas que desejam promover o consumo consciente. Prática comum em mercados mais maduros, onde a questão ambiental está inserida há pelo menos uma década, por aqui, a inclusão de selos e certificados que comuniquem práticas sustentáveis, além de informações a respeito de toda a cadeia produtiva, ainda é rara.
A iniciativa, no entanto, tende a se integrar ao dia a dia das companhias, desde que empresas e consumidores façam a sua parte. Natura, Goóc e Do Bem são algumas das poucas marcas brasileiras que já perceberam a importância de serem transparentes em suas embalagens. Esses são exemplos de companhias que se anteciparam em relação a uma tendência que caminha para tornar-se realidade no país.
Segundo o Monitor de Responsabilidade Social Corporativa 2010, realizado pela Market Analysis, 36% dos brasileiros acreditam que uma etiqueta na embalagem é a melhor forma de uma empresa comunicar práticas ambientais. Em 2007, este número era de 27%. No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Apenas dois em cada 10 consumidores brasileiros estão bem informados sobre o comportamento socioambiental de produtos e empresas. Em países da Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, são cerca de seis a oito consumidores sensíveis ao assunto a cada 10.
Mais de 400 rótulos internacionaisEnquanto no mundo existem mais de 400 selos, como indica o Dossiê Unomarketing, lançado em parceria com a Revista Ideia Socioambiental, no Brasil, são poucos os produtos certificados. “As pesquisas indicam uma predisposição do consumidor para comprar produtos verdes, mas como poucas empresas usam certificados e falta informação, a compra efetiva não acontece, o que complica a prática do consumo consciente”, explica Paula Faria, Sócio-Diretor da Sator, agência idealizadora do Unomarketing, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Apesar do estudo realizado pelo jornalista Ricardo Voltolini e pelo especialista em mapeamento Luiz Bouabci apontar a existência de mais de 400 selos, na prática, esse número chega a 600. São certificações preocupadas com a questão sócio-ambiental e com o aspecto econômico. Mas há também uma parcela de selos que não é considerada fonte segura.
Como o excesso de símbolos e informações pode acabar sendo mais confuso do que esclarecedor, a International Organization for Standadization criou a ISO 14001, uma certificação voltada para a gestão ambiental nas empresas, com uma série de normas específicas para garantir a credibilidade dos selos.
Mercado movimentou US$ 5 bi em 2008
Em 2008, o mercado de certificações movimentou US$ 5 bilhões, segundo o autor do livro “Branded! – How to Certification is Transforming Global Corporations” (ainda sem tradução para o português). Há 15 anos, não passava de US$ 1 milhão. Em 12 anos, mais de 300 milhões de hectares de terra receberão certificação, o correspondente a 15% das áreas de manejo florestal do mundo.
Rótulos e selos promovem consumo conscienteDe acordo com o estudo da Market Analysis, 56% dos consumidores da América do Norte, 54% da Oceania, 29% da Europa, 24% da América Central e da Ásia e 11% da América do Sul afirmam preferir produtos sociambientalmente responsáveis. Os primeiros rótulos obrigatórios surgiram na Europa, nos anos 1940, para destacar a presença de substâncias químicas potencialmente danosas à saúde do consumidor.
Mas foi no final dos anos 1970, com o início do movimento ambientalista, que começaram a nascer os primeiros selos verdes. Em 1977, a Alemanha criou o Blue Angel (foto), ainda hoje garantido pelo Ministério do Meio Ambiente do país. O selo certificou e atestou 3,6 mil produtos, segundo critérios como reciclagem e baixa toxicidade. Em 1988, o Canadá instituiu o seu Eco-logo e, em 1989, o Japão implantou o Ecomark. Também em 1989, os Estados Unidos apresentaram o Green Seal e, desde 1992, a União Europeia mantém o Ecolabel.
Natura é exemplo no Brasil
No Brasil, há 17 anos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) mantém um programa de certificação ambiental, mas que ainda não teve nenhum selo certificado. Nos últimos meses, o projeto foi retomado e tem sido reformulado para atender a demanda. Segundo a associação, entre os segmentos com contrato já assinado para o processo de certificação destacam-se os de cosmético, têxtil, siderúrgico, pneus reformados, gráficas, divisórias, pisos e tetos e até o de fabricação de fraldas.
Por aqui, a Natura é a empresa de maior destaque quando o assunto é transparência com o consumidor. “A Natura trabalha em todos os pontos: informações no rótulo, certificações e estudo da pegada carbônica. Talvez ela seja a empresa brasileira que mais se aproxima do padrão ideal”, aponta a idealizadora do Unomarketing.
Rótulos e selos promovem consumo conscienteA Goóc é outra marca que também tem o cuidado de orientar e promover o consumo consciente. Com a sustentabilidade em sua essência, já que fabrica sandálias 80% à base de pneus reciclados, a marca busca destacar o cuidado com o ambiente nas embalagens. Nas caixas, os clientes encontram informações sobre o processo de produção e reutilização de materiais.
“Temos o Cadre (Certificado de Arrecadação de Resíduos), que não é estampado nas embalagens, mas é exigido na hora da retirada de resíduos de fábricas de pneus, como Michelin e Pirelli”, conta Wanderley Moreno Tracastro, CEO da Goóc, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Informações devem integrar todos os canaisComo o espaço da embalagem não é suficiente para inserir todas as informações a respeito da empresa, a Goóc criou um informativo para os consumidores que vai dentro das caixas dos calçados. Já a Do Bem disponibiliza em seu site informações sobre o estudo da Pegada Carbônica, informando o consumidor sobre a quantidade de CO² emitida desde o processo de produção até a distribuição.
“Usamos a embalagem não só para colocar o suco, mas também para interagir com o consumidor. Quando terminamos o estudo da Pegada Carbônica, no ano passado, resolvemos colocar não só no site, como também na caixinha, explicando que o material completo está disponível na internet. Tentamos integrar todos os meios de comunicação e todo espaço que temos para divulgar a mensagem de que é possível produzir produtos mais naturais”,  relata Marcos Leta, CEO da Do Bem, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Rótulos e selos promovem consumo conscienteNo momento, a Do Bem estuda a divulgação do selo Kosher em suas embalagens, conquistado no ano passado e dado pela comunidade judaica para “alimentos tratados/preparados segundo preceitos da religião judaica”. Esse critérios referem-se não só ao tipo da comida, como também à maneira de preparo e à combinação entre os alimentos de uma refeição. Para isso, um rabino acompanhou a produção dos sucos da marca e constatou que não era acrescentado nenhum componente químico aos produtos.
Consumidor e indústria em prol da sustentabilidadeA iniciativa de empresas como a Do Bem ajudam a amadurecer o mercado brasileiro de certificações. Pesquisas indicam que o consumidor brasileiro não tem o hábito de ler rótulos, por isso a importância dos símbolos. “As pessoas se atraem por ícones. Investir em imagens que representam questões sócio-ambientais é o melhor caminho para se pensar em rótulos”, acredita Paula.
Cabe às empresas apostarem em comunicação forte para começar a criar informações e utilizá-las nos rótulos de forma eficiente. É papel também dos consumidores valorizar os selos e rótulos verdes e reconhecer a importância do consumo consciente como instrumento para produzir mudanças no modo como as empresas encaram os aspectos socioambientais em seus processos e produtos. Uma iniciativa de destaque mundial neste sentido é o site Ecolabelling.org, uma espécie de termômetro sobre o que é bem avaliado e que explica os critérios de seleção para os selos verdes.
“O consumidor está um pouco mais atento aos rótulos. Antes, ele só olhava a frente da embalagem. Agora, com as campanhas das próprias empresas e a circulação de informações sobre saúde e bem-estar, o brasileiro está ‘virando para os lados’ e conhecendo as informações nutricionais. Gostaria que houvesse um movimento não só por parte dos consumidores, mas também das pessoas que estão inseridas nas indústrias, querendo mostrar para o consumidor o que realmente tem naquele produto”, aponta Leta, da Do Bem.

Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing | 02/07/2010




26 de jul. de 2010

Um mundo em busca de composição

Tendências de consumo. Conheça 7 perfis

Observatório de Tendências da Ipsos detalha o comportamento das pessoas

Detectar e entender as aspirações humanas da sociedade pós-moderna e como essas motivações e desejos se refletem nos rituais de consumo não é tarefa fácil. O Observatório de Tendências Ipsos capta as tendências de consumo nas principais capitais do mundo, identifica e analisa movimentos e fenômenos observados em nível macroeconômico, político e social e seus reflexos no consumo, no comportamento, nas manifestações culturais, na arquitetura e na propaganda.

Publicamos a seguir os sete perfis de consumo elencados pela empresa de pesquisa na íntegra. “As sete tendências revelam um mundo em busca de composição”, aponta Clotilde Perez, Coordenadora Geral do Observatório. Esta composição passa por um eixo formado por ambiguidade, leveza, sonsoralidade, por um mundo edulcorado e reticular.

1. Go Bubbles
Tudo ao mesmo tempo e agora: a ideia quase mágica tornou-se uma condição para quem quisesse pertencer ao mundo globalizado. A ausência de limites tinha sua contraposição: se por um lado o indivíduo dispunha da possibilidade de acesso praticamente irrestrito às informações e contatos, por outro, ele também tinha que estar disponível e atento a tudo para poder acompanhar esse novo ritmo. Logo os efeitos colaterais começaram a ser percebidos. A percepção de excesso, a sensação de sobrecarga dava sinais desde as primeiras ondas do Observatório.

Hoje não há mais ambivalência: “o mundo é assim”. Ninguém mais se pergunta se é bom ou ruim ter internet, ter acesso à tecnologia... São as consequências do convívio com a primeira geração de nativos digitais!

Como a globalização e a vida sem fronteiras não foram alcançadas, o mood agora é considerar o mundo, mas não é necessário estar lá... O tempo agorista ainda é um valor. Mas a aldeia global adquiriu dimensões mais modestas, ainda que múltiplas. Estar “conectado” não significa, necessariamente, estar ligado a tudo o que acontece no mundo o tempo todo. Filtrar, selecionar e bloquear informações possibilitou limites. Conexão, interatividade, multiplicidade estão mais voltadas aos microcosmos, e são assim melhor administradas. Estas são as principais marcas da Tendência Go Bubbles “conexão no microcosmos”.

2. HiperSense
O desejo pela intensidade, surpreender e ser surpreendido, arriscar-se, ousar, sair do lugar comum, fazer algo diferente – peculiaridades tipicamente humanas – foram aguçadas pelos efeitos de massificação e da pouca diferenciação da era global.

Desde as primeiras ondas deste Observatório foram observadas diferentes formas de buscar uma emoção mais intensa: do desafio físico, que fazia subir a adrenalina nos esportes radicais, passando pelo exibicionismo, pelo voyeurismo, até a invasão do fetichismo.

Essas manifestações continuam, mas surgiram formas mais elaboradas de se fazer notar e de sentir. Muitas vezes associadas a mensagens edificantes: minar preconceitos, atenuar tabus, manifestar uma ideia... A ênfase agora está em despertar os sentidos de maneira inusitada, ilusionar, misturar, sobrepor os sentidos. Estas são as marcas da Tendência HiperSense “maximização dos sentidos”.

3. Venus Fever
A discussão sobre os papeis sociais tradicionais do homem e da mulher já não ocupa mais destaque. Nota-se que a questão saiu do debate público e está mais evidente no âmbito privativo – cada um se acerta com seus pares. Nas ondas anteriores, a mulher estava mais presa aos poderes que conquistou, enquanto o homem aparecia mais perdido, sem um papel muito definido. Estavam todos carentes de modelos. Neste momento fica evidente que há certa parceria e flexibilidade.

Um caminho sem volta. A mulher não será mais a antiga “Amélia” e não se sente mais tão ameaçada pela perda de suas conquistas. Pode transitar mais naturalmente entre possibilidades: ora ocupando uma posição de mais liderança, ora compartilhando, sentindo-se frágil e pedindo proteção, ou até mesmo servindo ao marido e aos filhos. Da mesma forma, o homem é também mais livre para circular: mais sensível, vulnerável, parceiro e também pode ser mais viril, rústico...

Hoje, é a ideia de “compor” está no centro das atenções. O caricato, em qualquer sentido que seja, não tem mais espaço. Estas são características da tendência Venus Fever “He, she, it: a composição como possibilidade”.

4. Living Well
Bem estar é o foco da tendência Living Well. Na onda anterior já observávamos a diminuição das cobranças e estávamos mais livres das exigências sociais, o que deu o tom do “bem estar possível”, com forte conexão extra-corpus.

Agora identificamos duas vertentes a partir de um conflito: Finitude ou Longevidade? “Tem que ser hoje, porque pode acabar amanhã. E tem que ser todo dia, porque pode durar 90 anos”. Diante dessa dicotomia evidenciamos por um lado forte valorização do momento presente. Cuidar de si é mais possível do que cuidar do planeta ou dos problemas de ordem mundial. Por outro lado, evidencia-se mais preocupação com o futuro, com manifestações de generosidade, de dedicação aos outros, de ajudar, contribuir... Afinal vamos viver muito... A linguagem edulcorada e a generosidade são algumas das marcas da Tendência Living Well “bem estar necessário”.

5. ID Quest
Nas ondas anteriores do Observatório, a tendência ID Quest revelava uma maior valorização da memória afetiva, dos registros pessoais e da busca por proteção nas redes de segurança tradicionais. Na atualidade ID Quest tem importante destaque: buscar as raízes para saber quem eu sou – e eu sou um mosaico.

Amigos pessoais são mais valorizados, mesmo que o contato com eles seja mais virtual do que físico. Momento de crise financeira também intensifica a necessidade de contatos mais sólidos e verdadeiros do que a ampla gama de desconhecidos. Sente-se também certo remorso, culpa por ter se distanciado durante certo tempo dos laços afetivos mais reais.

São evidentes manifestações claras de busca afetiva, como design de época, objetos do passado, colecionismo em alta, remakes de filmes e peças de sucesso, renascimento das mascotes de marca e criação de novas, valorização das histórias de vida, os pets e a sedução pela eternidade. Tudo em busca de uma relação mais emocional e mais afetiva como possibilidade de constituição da própria identidade, ainda que esta identidade se forme na composição.

É preciso respeitar o mosaico de si mesmo, privilegiar cada pedacinho de si. Essas são algumas das características da Tendência ID Quest “patchwork identitário”.

6. My Way
A tendência My Way apresentava-se em ascensão na onda anterior: a indústria a serviço da customização com possibilidades cada vez mais fáceis e acessíveis de se diferenciar; a indústria favorecendo a customização. Agora o foco passou a ser no indivíduo e em tudo que lhe agrada e singulariza. Não queremos apenas personalizar: somos autores-atores prontos para performar.

Agora, as manifestações de individualidade estão também expressas na relação com o outro, na co-autoria, nos processos de co-criation, na colaboração. O exercício da criatividade está na capacidade de transitar por vários estilos, atitudes e comportamentos. Ser único e ser múltiplo é o tom de My Way, “protagonismo e criatividade”.

7. Know Your Rights
É a mais atual das tendências. Vem crescendo em cada onda do Observatório. Alicerçada no paradigma contemporâneo “consumir é existir”, com ramificações para o consumo crítico, ético e sofisticado, esta tendência agora dá sinais de fusão entre os eixos “crítico” e “ético”: repudia-se tanto o excesso do capitalismo e das grandes corporações, quanto a forma de produção. E também não basta aderir a produtos éticos se o consumo for excessivo.

Ética e estética aglutinam-se: “é feio jogar papel no chão”. Festa do consumo responsável, dia sem compras, loja gratuita, são exemplos claros dessas misturas. As manifestações de insatisfação, repúdio e até vingança contra organizações e marcas proliferam-se na rede.

Na vertente da sofisticação do consumo, notamos sinais do surgimento de novos significados para luxo: momento de mais moderação e controle e atenção ao que se mostra. A ideia de excessos pode comprometer a imagem pessoal. Marcas de luxo voltam-se para o core business em busca de segurança e manutenção das vendas. Estas são algumas das evidências de Know Your Rights “Consumidores complexos e críticos”.

Bruno Mello | 21/06/2010

8 de jul. de 2010

O hábito na alimentação, mais voltada para o churrasco, pizza, comida fora de casa, e os comerciantes diminuem os preços.

Para o IBGE, Copa do Mundo altera padrão de consumo do brasileiro e ajuda a segurar a inflação

Flávia Villela | Repórter da Agência Brasil | 07/07/2010 - 12:29

Rio de Janeiro - A Copa do Mundo da África do Sul ajudou a segurar os preços no Brasil, como mostra a série histórica do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A variação zero do IPCA de junho está diretamente ligada à Copa do Mundo”, afirmou a coordenadora da pesquisa, Eulina Nunes. Nenhuma novidade pois, segundo ela, desde o Plano Real a inflação registra queda nos períodos de Copa do Mundo.

“Em 1998, a inflação na época da Copa foi a menor taxa mensal do primeiro semestre (0,02%). Em 2002, maio registrou a menor taxa do primeiro semestre (0,21%). Em 2006, houve deflação de 0,21% e neste ano a variação de junho foi de 0%”, exemplificou ela.

O motivo seria a mudança no padrão de consumo dos brasileiros durante o mundial. “O brasileiro é muito apaixonado por futebol e são comuns as mudanças de hábito na alimentação, mais voltada para o churrasco, para a pizza, comida fora de casa, e os comerciantes diminuem os preços. As lojas de vestuário também fizeram muitas promoções de produtos ligados à Copa. Já as passagens áreas aumentaram, sobretudo em função do evento, já que houve muitos feriados e festas”.

A pesquisadora explicou que a relação entre inflação e copa é consequência do estudo mais detalhado da série, visto que a queda brusca de alguns grupos não se justificava, já que o Brasil está vivendo um período de economia aquecida e com boas taxas de emprego e de renda familiar. “Foi uma descoberta muito curiosa e interessante,” completou Eulina Nunes.

Edição: Vinicius Doria



29 de jun. de 2010

A mudança de perfil da classe C com os novos emergentes.


Produtos 'premium' conquistam consumidores emergentes

A classe C avança sobre o mercado de produtos mais caros, que antes eram consumidos em massa somente pelas classes mais abastadas

Beatriz Ferrari e Derick Almeida

Seção de cosméticos de uma drogaria em São Paulo
O setor de higiene e beleza foi responsável por 21% dos gastos com produtos 'premium' em 2009 (Germano Luders)
Fatores mais intangíveis, como qualidade, conforto e refinamento, ganharam relevância na decisão de compra da classe C.
O preço não é mais o único fator decisivo na hora da compra para a classe C (com renda familiar entre 1 500 e 4 500 reais). Especialistas ouvidos por Veja.com destacam que ganharam força nos últimos anos elementos mais intangíveis, como qualidade, conforto e refinamento; o que não significa descuido com aqueles aspectos relacionados ao bolso, como valor, rendimento e relação custo-benefício. Com conseqüência, indicadores econômicos evidenciam que, cada vez mais, a classe C adquire bens que tradicionalmente eram consumidos em massa somente pelas classes A e B. São os produtos 'premium' – aqueles que vão além do 'básico' e que, justamente por isso, são mais caros. (veja quadro)*
Já se sabia que esta classe média emergente estava mudando as estratégias de negócio do comércio em função de seu crescente poder de compra. Esta conquista é fruto do próprio desenvolvimento econômico, que gera riqueza e amplia o número de empregos formais. A política de valorização do salário mínimo (com ajustes acima da inflação) e os programas de distribuição de renda completam esse quadro. Segundo projeção do Instituto Data Popular, especializado nas classes C, D e E, a massa salarial deve fechar o ano em R$ 1,38 trilhão. Fora a questão do rendimento familiar, a demanda e a confiança do consumidor têm sido impulsionados pela estabilidade macroeconômica e pela ampliação do crédito pessoal. Dados da consultoria LCA apontam que as concessões saltaram 249% de 2003 até o fim do ano passado.
Nos últimos oito anos, uma multidão de 32 milhões de pessoas ascendeu à classe C e passou a consumir todo tipo de produto. Será graças a ela, dizem os especialistas, que o volume de vendas do setor mostrará expansão de cerca de 5% neste ano. E isso se dará sobre uma base de comparação já elevada. O acréscimo no volume de vendas físicas do setor, medido pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, já totalizou 48,4% de 2003 até o ano passado.
Além do aspecto meramente quantitativo, de que há mais gente comprando, os empresários têm sido obrigados a repensar seus negócios para dar conta de hábitos diferenciados e em mutação. Em pesquisa sobre aquecimento do varejo no ano passado, a consultoria Nielsen Brasil constatou que 25,1% do volume total de vendas era composto de produtos sofisticados – categoria que nem era avaliada em 2008. "Os níveis socioeconômicos médio e baixo são responsáveis por essa mudança", afirma João Carlos Lazzarini, diretor de atendimento a varejistas.

*Veja.com compilou segmentos que, segundo os institutos de pesquisa, tiveram forte crescimento nas vendas nos últimos anos, bem como os produtos 'top' que neles se destacaram. **Conceito de ‘penetração’: é o quanto um produto está presente numa determinada classe social.
O peso da marca – Este movimento de sofisticação, apontam os especialistas, tende a beneficiar as fabricantes de marcas conhecidas. "A renda melhorou nos últimos anos, mas muitas famílias ainda têm o orçamento contado. Assim, para boa parte delas, adquirir um produto de uma marca conhecida significa a certeza de que não haverá dinheiro jogado fora", esclarece Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, especializado nas classes C/D/E.
De acordo com a consultoria Kantar WorldPanel, o fenômeno da sofisticação do consumo por parte dos estratos populares é mais visível no segmento de higiene e beleza, que foi responsável por 21% de todos os gastos com produtos 'premium' em 2009. Essa categoria é a terceira na lista dos desejos do consumidor de baixa renda, depois de tecnologia e educação, segundo o Data Popular. "Não é por vaidade, é uma forma de inclusão. O impacto na auto-estima é muito maior do que em um consumidor de classe alta", explica Meirelles.
Mudança de planos – Atentas aos lucros propiciados por essa 'nova fronteira' do mercado, as fabricantes de alguns tradicionais produtos premium estão redesenhando suas estratégias. 
A marca de sabão em pó Omo, uma das mais caras entre as concorrentes, investiu pela primeira vez em uma ação de mídia que ressalta a relação custo-benefício do produto. A campanha "Faça as contas e escolha Omo" sugere que, na ponta do lápis, comprar marcas populares ou pouco confiáveis sai mais caro. O papel higiênico de folha dupla Neve e o alvejante Vanish decidiram disponibilizar os produtos em embalagens maiores, que barateiam o preço final.


28 de jun. de 2010

Poder de compra da nova classe média eleva consumo de cerveja no Brasil

28/06/2010 | 10h32min

No ano passado, o consumo nacional de cerveja cresceu 10,9%

A temperatura favorável e o aumento de renda das classes C, D e E deverão contribuir para elevar o consumo de cerveja no Brasil este ano entre 10% e 12%. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).

No ano passado, o consumo nacional de cerveja cresceu 10,9%, contra 10,4% no ano anterior, apesar da crise econômica internacional. O mercado somou 10,91 bilhões de litros de cerveja fabricados e comercializados em todo o país, gerando um faturamento bruto de R$ 31 bilhões em 2009.

O consumo brasileiro de cerveja, porém, está muito abaixo de países onde essa cultura já é uma tradição. É o caso da Alemanha, por exemplo, onde a primeira cervejaria tem mil anos de criação. Entre os alemães, o consumo per capita (por habitante) está em torno de 120 litros/ano, de acordo com o Sindicerv.

Na República Checa, o consumo por pessoa supera 150 litros anuais e no Brasil ainda não alcançou 60 litros/ano. O coordenador da Área de Educação do Centro de Tecnologia de Alimentos e Bebidas (CTS) de Vassouras (RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), José Gonçalves, disse que mesmo na América Latina, o consumo brasileiro de cerveja é suplantado pelo de países como a Colômbia e a Venezuela, de 70 litros per capita, em média, por ano.

— No mínimo, o Brasil deveria estar equiparado a esses países — avalia.

O CTS/Senai de Vassouras é responsável pela única escola que forma cervejeiros no Brasil e é referência para a América Latina.