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14 de dez. de 2010

13º lugar em produção industrial e 12º em vendas industriais

Indústria catarinense cresce em 2010, mas fica atrás da média nacional

Entre razões estão mau desempenho dos setores de alimentação e veículos automotores

A indústria catarinense teve desempenho positivo em 2010, mas o resultado foi pífio em comparação ao resto do país. Entre as razões, estão o mau desempenho dos setores de alimentação e veículos automotores, e da balança comercial, com queda nas exportações e alta exagerada nas importações, favorecidas pelo Pró-Emprego.

No ranking nacional, Santa Catarina ficou em 13º lugar em produção industrial e 12º em vendas industriais, abaixo da média brasileira. A produção catarinense ampliou-se em 6,9% de janeiro a outubro, pouco mais da metade da média nacional, que registrou 11,8% no período. Quanto às vendas, o resultado foi ainda mais drástico: o Estado cresceu 2,2%, cinco vezes menos que o Brasil, que emplacou 10,4% de crescimento.

A base de comparação é fraca, uma vez que 2009 teve resultados ruins em função dos reflexos da crise econômica mundial iniciada no final de 2008. Comparando-se ao período pré-crise, a produção industrial catarinense está 4,21% menor, e as vendas estão 6,14% menores, em comparação ao período de janeiro a outubro de 2008.

A tradição exportadora catarinense foi um dos fatores que seguraram o desempenho catarinense, na avaliação de Henry Quaresma, diretor de relações industriais e institucionais da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Como as economias da Zona do Euro e dos EUA ainda não se recuperaram totalmente da crise, a indústria voltou-se para o mercado interno, que não deu conta de absorver a produção de setores como veículos automotores (-27,8%) e carnes (-2,28%).

Por outro lado, tiveram desempenho positivo a produção de metalurgia básica (45,6%) e máquinas e equipamentos (23,5%). No país, os setores com melhores saldos foram aqueles relacionados a commodities, como minério de ferro e petróleo, itens não produzidos em Santa Catarina.

Outro fator que interferiu no desempenho da indústria foi o saldo negativo na balança comercial. De janeiro a novembro, Santa Catarina exportou US$ 6,89 bilhões e importou US$ 10,84 bilhões, com saldo negativo em US$ 3,95 bilhões. Uma das explicações é o Pró-Emprego, que desde 2007 oferece incentivos fiscais a empresas que importam pelo Estado.

— O benefício tem que existir, mas para atender as plantas industriais existentes em Santa Catarina e não escritórios alugados no Estado — questiona o presidente da Fiesc, Alcântaro Corrêa.

Em relação aos empregos, Santa Catarina não se distanciou muito da média brasileira. No total, de janeiro a outubro, foram abertas 113,5 mil vagas (6,98% mais que o mesmo período em 2009), sendo 50,9 mil na indústria de transformação (8,62% acima) e 9,8 mil na construção civil (11,91% a mais).

Crescimento de 5% para 2011

A expectativa do setor é positiva para 2011, na opinião de Alcântaro Corrêa.

— Para o ano que vem, continua o crescimento. Será em torno de 5%, para atender a demanda interna, que está crescendo. Não vemos empresas falindo, ao contrário, só vagas não preenchidas. Vamos montar mais sete escolas com o Senai só na área de construção civil para formação de mão-de-obra — calcula o presidente da Fiesc.

O real valorizado continuará um desafio para a indústria, mas a carga tributária brasileira, associada às condições ruins de financiamento e à falta de infraestrutura de transporte e logística merecem atenção dos governos, segundo Corrêa.

A abertura de novos mercados para a exportação catarinense é um dos caminhos para a produção industrial, segundo Henry Quaresma.

— Existe a expectativa da abertura da China para o frango de Santa Catarina. Se o governo manter acordos bilaterais, o Estado pode dar um salto grande. Santa Catarina e São Paulo são os estados brasileiros que mais se beneficiam das exportações — observa Quaresma.

14/12/2010 | 06h20

6 de dez. de 2010

Compartilhar as experiências com os futuros compradores brasileiros.

Ford estreia ação com cartões postais para o New Fiesta

Campanha entregará cerca de 40 mil postais a brasileiros, enviados por donos do carro em outros países

 Cada postal do New Fiesta foi ilustrado com imagens estilizadas da cidade e traz uma mensagem na língua local de cada país

São Paulo - A Ford lança nesta semana uma ação de relacionamento no Brasil para divulgar o lançamento New Fiesta, o carro global da marca.

Concebida pela Wunderman, agência de interatividade e relacionamento do Grupo Newcomm, a iniciativa surpreenderá cerca de 40 mil brasileiros com cartões postais, enviados por proprietários do veiculo em outros países, estimulando a visitação da página oficial do automóvel no Facebook.  

Nesta ação, alinhada ao conceito mundial “New Fiesta. O carro global da Ford”, proprietários reais do New Fiesta em Nova York (EUA), Londres (Inglaterra), Colônia (Alemanha), Melbourne (Austrália) e Madri (Espanha) vão compartilhar suas experiências com os futuros compradores brasileiros. 

Cada postal foi ilustrado com imagens estilizadas da cidade e traz uma mensagem na língua local de cada país. Com o objetivo de despertar o interesse do futuro consumidor do New Fiesta em saber mais sobre o carro, logo após a mensagem do remetente haverá uma indicação do link do ambiente digital do carro. Lá, o internauta poderá ver a mensagem traduzida, visitar a página oficial no Facebook e conhecer outras histórias de pessoas que já compraram um New Fiesta. De acordo com Paulo Sanna, VP de criação da Wunderman, por mais que a tecnologia possibilita infinitas conexões, o cartão postal foi eleito como meio principal para estabelecer o primeiro estimulo.

Para viabilizar o desenvolvimento desse projeto, a Wunderman Brasil contou com os escritório da rede, nos países onde o New Fiesta já está entre os mais vendidos do ano.  Além das indicações dos consumidores que compartilham suas experiências com o automóvel, as unidades  internacionais também ficaram responsáveis pelo manuseio e postagem dos cartões para o Brasil. 

A criação é de Caio Silveira, Felipe Galeano, João Paulo Martins, Tiago Lucci  e Wellington Ferreira, com direção de criação de Marcelo Zampini   

Bola para as roupas, festas e bebida de graça.

Los Dos atrai homens com cerveja, futebol e mulheres

Grife com dois anos de existência investe em contato e mimos para fidelizar consumidores

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Que homem não gosta de futebol, festas, cerveja e mulheres bonitas? Foi apostando nisso que a Los Dos chegou ao mercado há dois anos. A receita parece ter dado certo, já que a grife abriu dez lojas nesse período. Para fazer os homens se interessarem por moda e conhecerem as coleções, a marca traz a bola para as roupas, promove festas e dá bebida de graça. Tudo isso para ter uma relação direta, próxima e transparente com o consumidor.

A marca foi criada por Tico Sahyoun, que aprendeu a trabalhar com moda nos anos em que, junto com seu pai, comandou a feminina BobStore. Mas a criação da Los Dos não foi baseada apenas em fazer uma versão da grife para o público masculino. Tico foi procurar em Londres, Milão, Los Angeles e Nova York como fazer uma rede que não vendesse apenas o produto, mas que também passasse através dele o seu DNA. “Montei a Los Dos baseado em moda, futebol e cerveja, mas o principal foi criar um ambiente para que o consumidor se sinta a vontade”, afirma Tico Sahyoun, Diretor Criativo da Mandi&Co, grupo que detém a marca.

O Futebol não está presente na Los Dos só em dias de jogos. A marca tem em suas lojas uma área onde fica a sua coleção ligada ao tema, que nesse ano deve ser responsável por cerca de 30% do faturamento total da rede. “Normalmente as marca têm roupas ligadas ao rugby ou pólo. As que eram ligadas ao futebol faziam isso sem glamour nenhum”, conta Sahyoun.

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Eventos e internet para contato direto

Para fortalecer a relação da marca com o tema, durante a Copa do Mundo cada jogo da seleção brasileira reuniu pessoas em um espaço com comida, bebida e salão de beleza. Num dos dias, o jogador Ganso foi até lá ver a particda. Por isso, a ação foi batizada de "O Dunga não chamou, mas a Los Dos convocou". Logo após a Copa, a marca trouxe a musa Larissa Riquelme para uma sessão de fotos.

A cerveja fica por conta do bar da Stella Artois, que fica na flagship da marca, em Moema, na capital paulista. “As pessoas vão, tomam uma cerveja, passam um tempo na loja, olham as roupas e compram”, afirma o empresário em entrevista ao Mundo do Marketing. É nesse ponto de venda que também são realizados eventos cerca de uma vez por mês. Os shows, happy hours e, é claro, as transmissões de jogos de futebol chegam a reunir cerca de 300 pessoas.

“Nós temos uma lista de clientes amigos que convidamos para nossas festas”, garante Sahyoun. São essas pessoas cadastradas que também recebem as revistas customizadas da marca. Lançadas a cada coleção, as publicações não servem apenas como um catálogo, mas tratam de assuntos que interessam ao público masculino, muitos deles são inclusive sugeridos pelos próprios consumidores da Los Dos. “Nós temos um relação bem direta com o nosso cliente. O site é super aberto e divulgamos o e-mail de contato para que as pessoas possam sempre mandar sugestões e serem respondidas”, afirma Tico

los-dos_menores Repensando as estratégias

Prova desse contato direto e proximidade com o cliente é o Twitter da marca. No endereço@LOSDOS_TICO, o próprio empresário responde quase que imediatamente todas as citações que são feitas na rede. “As mensagens chegam direto no meu celular e eu mesmo as respondo”, afirma o Diretor Criativo da Mandi&Co.
Outra ação realizada pela Los Dos para agradar os homens é fazer mulheres usarem as roupas da marca. “Começou como uma brincadeira que publicamos na nossa revista. Mas a repercussão foi tão grande que agora fazemos um ensaio a cada coleção”, conta Tico. Além disso, a marca também lançou uma versão infantil para os filhos que quiserem se vestir igual ao seus pais.

Com os dois anos de sucesso da sua marca, Tico foi convidado para fazer parte do grupo BR Labels, dono da grife Mandy&Co. “Me chamaram para ir para lá porque precisavam de alguém que ficasse à frente da Mandy&Co pensando em ações diferentes. Levei a Los Dos comigo e isso vai fortalecer as duas lojas”, conta Tico. O grupo BR Labels também agrupa marcas como Calvin Klein e VR.

Com a adesão ao grupo, a marca está passando por mudanças em estratégias. “Ganhamos uma nova estrutura. Por isso precisamos pensar um pouco antes de agir no próximo ano. Mas nada disso muda a filosofia da Los Dos”, afirma. Com a parceira, a Mandy & CO ganhará uma revista customizada assim como a da Los Dos em março.

Rayane Marcolino | 06/12/2010

Boa parte dos trabalhadores vai embolsar uma bolada

Participação nos lucros volta a crescer

Economia aquecida permite melhores acordos com os trabalhadores; só os bancários vão receber R$ 190 milhões a mais que em 2009

SÃO PAULO - No ano em que a economia brasileira deve crescer acima de 7%, boa parte dos trabalhadores vai embolsar uma bolada em participação nos lucros e resultados (PLR) das empresas, que supera o valor pago em 2009 e no período pré-crise. Não há números consolidados, mas órgãos sindicais dão ideia da importância do instrumento. Só os bancários receberão R$ 3,578 bilhões até março de 2011 em PLR.

A massa de recursos dos bancários recebeu injeção de R$ 190 milhões extras ante os R$ 3,388 bilhões pagos em 2009, segundo o Dieese. Do total, R$ 1,329 bilhão está em circulação desde novembro, quando os 470 mil bancários do País receberam parte da PLR. "É um dinheiro extra muito bem vindo e que garantiu a realização de um projeto familiar", diz o escriturário do Banco do Brasil Gabriel Moraes dos Santos, de 36 anos.

No mês passado, Santos recebeu R$ 3 mil de PLR do BB. Em abril, serão mais R$ 3,9 mil, somando R$ 6,9 mil. Ele mora com a mulher, três filhos e a avó na casa da sua mãe. O dinheiro vai completar a entrada de um apartamento próprio.

Além de rechear o bolso do trabalhador, a PLR movimenta a economia. No ABC paulista, os metalúrgicos conquistaram, ao todo, R$ 390 milhões em PLR, segundo o Dieese. Acordos foram fechados em 201 empresas que empregam 70% da categoria, com 102 mil trabalhadores.

O valor representa salto de 11% em relação ao pago em 2008. A comparação não foi feita com 2009 porque foi atípico em razão da crise, que atingiu de forma diferente os acordos salariais, diz Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Em alguns casos, o trabalhador recebe mais de quatro vezes o salário. Flávio Augusto Terra, de 31 anos, montador da Volkswagen em Taubaté (SP), ganha entre R$ 2 mil e R $ 2,5 mil ao mês. Junto com os 5,2 mil funcionários da fábrica, embolsará R$ 10 mil em PLR. Desse total, R$ 4,3 mil foram pagos no primeiro semestre e o restante será pago este mês. "Comprei um apartamento e esse dinheiro vai para o pagamento de prestações", diz Terra.

Os 10 mil trabalhadores da Nestlé em São Paulo vão receber PLR correspondente a 95% do salário, somado a um valor fixo de R$ 3,3 mil. O piso de admissão é de R$ 980. "Foi a melhor PLR do setor", diz Ovídio Garcia Fernandes, da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de São Paulo.

No polo petroquímico de Cubatão, os 5 mil trabalhadores de empresas como Copebrás e Dow Química recebem salário médio mensal de R$ 5 mil. "A média de PLR fica em torno de R$ 15 mil, mas chega a R$ 20 mil ou R$ 30 mil nos salários mais altos", diz Herbert Passos Filho, presidente do Sindicato dos Químicos da Baixada Santista. O valor deste ano será definido em janeiro.

Marcelo Rehder | 05/12/2010 | 20h59

5 de dez. de 2010

Vantagem para as empresas brasileiras em um mercado de mais de R$ 120 bilhões

Licitação beneficia produto nacional

Empresas brasileiras terão preferência nas compras públicas, que chegam a R$ 120 bilhões; regulamentação sai até o fim do ano

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve aprovar nos próximos dias mudanças importantes nas licitações públicas que vão colocar em vantagem as empresas brasileiras em um mercado de mais de R$ 120 bilhões. O objetivo é utilizar esse poder de fogo para incentivar o desenvolvimento tecnológico, mas as novas regras também abrem uma brecha para medidas protecionistas e podem elevar as despesas.

O preço sempre foi o fator decisivo nas licitações. Agora, as empresas nacionais terão preferência se houver empate e poderão oferecer um preço até 25% maior e, mesmo assim, ganhar o contrato. Uma comissão formada por cinco ministérios (Fazenda, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Planejamento e Relações Exteriores) vai definir como isso funcionará na prática.

O decreto que regulamenta as mudanças está quase pronto e deve ser publicado até o fim do ano, informam fontes do governo. O Congresso também já aprovou as alterações, previstas em uma medida provisória editada em julho. Tecnicamente, a lei está em vigor, mas sem a regulamentação é difícil utilizá-la.

Com as novas regras, a presidente eleita Dilma Rousseff ganha um poderoso instrumento de política industrial. Em 2009, o governo (sem incluir as estatais) comprou R$ 57,6 bilhões em bens e serviços. A Petrobrás prevê adquirir R$ 55,8 bilhões por ano até 2014. Banco do Brasil e Caixa compraram este ano, respectivamente, R$ 5 bilhões e R$ 3,5 bilhões.

No total, são R$ 122 bilhões, mas esse número ainda está subestimado porque não inclui a Eletrobrás e as demais estatais. Com as obras para Copa, Olimpíada e Pré-Sal, os valores envolvidos nas licitações públicas do Brasil só tendem a subir.

"Esse tipo de medida pressiona ainda mais a inflação. Ao forçar a compra do produto brasileiro ao invés do estrangeiro, o gasto público é um multiplicador mais poderoso da demanda em um momento que o Brasil precisa reduzir o ritmo do crescimento", avalia Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Para ter acesso ao benefício, o governo vai exigir que as empresas instaladas no País comprovem que estão gerando mais renda, emprego e tributos e que desenvolvam tecnologia. "Não queremos dar preferência para qualquer produto, mas para os que incentivem o desenvolvimento tecnológico", disse Luiz Antonio Elias, secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia. A lei também prevê, porém, que o benefício pode ser utilizado para proteger empresas da "concorrência predatória".

O Brasil não será o único a utilizar as compras públicas como política industrial. Os Estados Unidos possuem o "Buy American Act" desde 1933, que foi revigorado com a crise. A China é notória por esse mecanismo. Na América Latina, Colômbia e Argentina dão preferências nas licitações aos produtores locais.

Fabricantes pressionam para adiar licitações

Os fabricantes nacionais estão pressionando as instituições públicas a postergar licitações para o próximo ano. A finalidade é aguardar as novas regras que vão favorecer as empresas instaladas no País. A partir de 2011, as companhias brasileiras poderão oferecer preços até 25% maiores nas licitações e, ainda assim, saírem vencedoras.

O assunto provoca polêmica entre empresários locais e importadores. Os setores já se organizam para aproveitar as vantagens e reclamam que as instituições públicas ainda não seguem a nova lei por falta da regulamentação. Enquanto isso, os importadores prometem uma "enxurrada de processos".

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) enviou um pedido formal ao ministério da Educação para atrasar as licitações para a compra de equipamentos nas universidades e escolas técnicas. Segundo Hiroyuki Sato, diretor jurídico da entidade, o edital já foi publicado, mas a entidade solicita que a abertura da licitação aguarde a nova lei.

"Sem essa margem de 25% não haverá a menor possibilidade de as empresas nacionais vencerem. Algumas máquinas asiáticas chegam pela metade do preço", diz Sato. Ele revela que a entidade também fez a mesma solicitação para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O órgão, que é subordinado à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), segue a lei de licitações porque é financiado por impostos.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) já contratou um estudo para calcular as diferenças de custos entre Brasil e China (câmbio, tributos, financiamento) e apontar qual seria a margem necessária para as indústrias locais nas licitações públicas para o setor.

O interesse dos fabricantes de tecidos e confecções é vender fardas para as Forças Armadas. Para 2011, estão previstas no orçamento licitações de R$ 260 milhões nessa área, incluindo Exército, Aeronáutica e Marinha.

"Hoje, nossos soldados desfilam garbosos com fardas chinesas. É um absurdo", diz Aguinaldo Diniz, presidente da Abit. A entidade calcula que cada R$ 200 milhões em licitações vencidas por empresas têxteis nacionais signifique geração de 30 mil empregos diretos e indiretos.

Telebrás

A única experiência com a nova lei de licitações até agora ocorreu com a Telebrás, que fechou contrato de compra com a Padtec por R$ 63 milhões em meados de novembro. Apesar de ter oferecido o maior preço, a empresa brasileira teve preferência na licitação e foi chamada a negociar. Após idas e vindas, reduziu o valor cobrado.

"Hoje, a Telebrás é o maior negócio do Brasil na área de telecomunicações", diz Ivo Vargas, diretor de novos negócios da Parks e membro do Consórcio Gente - Grupo de Empresas Nacionais de Tecnologia. O grupo de lobby surgiu em abril para pressionar o governo por alterações na lei de licitações. O plano de investimentos total da Telebrás é de R$ 6 bilhões.

Boa parte das entidades públicas, no entanto, ainda não está aplicando a nova lei por falta de regulamentação. A Fundação para o Remédio Popular (Furp), vinculada ao governo de São Paulo e maior compradora de remédios do País, encerrou na semana passada uma licitação pelas regras antigas. A fundação informa que avalia como se adaptar à nova lei, mas que 89% dos princípios ativos dos medicamentos adquiridos são importados.

Nelson Brasil, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina (Abifina), diz que as compras públicas respondem por 25% do faturamento do setor de fármacos. "O preço não deve ser o fator de decisão em um setor sensível como o nosso. Temos de avaliar qualidade e rastreabilidade."

Zich Moyses Junior, diretor do departamento de economia do Ministério da Saúde, explica que, às vezes, os princípios ativos chineses chegam ao País com a qualidade comprometida e o laboratório fica parado, o que aumenta os custos.

Ele diz ainda que a entrada de fabricantes locais nas licitações aumenta a concorrência, o que reduz os custos no médio prazo. "Remédio é um produto estratégico. Hoje, 40% dos medicamentos são importados prontos, o que eleva a vulnerabilidade do País", diz Moysés.

Reclamações

As novas regras têm provocado aplausos entre os empresários nacionais, mas também muita reclamação dos importadores, que argumentam que o Brasil não está respeitando a regra de isonomia entre os competidores.

"Essa nova lei é de deixar qualquer um pasmo. É uma salvaguarda para elevar os preços em 25%. Vai gerar uma enxurrada de processos dos importadores", diz Daniel Dias de Carvalho, diretor da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos (Abimei). "É um tiro no pé do governo federal", diz Jonathan Smith, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Têxteis (Abitex).

A principal crítica dos especialistas é que os critérios são muito amplos e podem alimentar a corrupção. "Se vai ser bom ou ruim, depende da utilização. É um cheque em branco", diz Mansueto de Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Raquel Landim | 05/12/2010 | 20h 40

1 de dez. de 2010

Estas companhias têm um inimigo: o terrorismo

Varig, Vasp e Transbrasil dão lições de anti-Marketing

Companhias aéreas perderam mercado e servem como aprendizado para as novas

A aviação civil do Brasil possui três cases de anti-Marketing que podem ajudar as companhias de hoje a não cometerem os mesmos erros. Vasp, Transbrasil e Varig são exemplos de marcas fortes que sucumbiram ao mercado contemporâneo devido à falhas de administração e de estratégia. Única que ainda expõe sua marca no mercado, a Varig sobrevive sob o nome da Gol e ainda desfruta de prestígio por sua trajetória.

Em comum, estas companhias têm um inimigo: o terrorismo. Os ataques às torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, em Nova York, foram os últimos golpes para as já combalidas empresas do setor aéreo nacional. A Varig hoje realiza os voos internacionais da Gol para a América Latina e Caribe por meio da Comfort, que oferece mais espaço, privacidade e entretenimento para os passageiros.

A empresa foi criada em 1933 e três anos depois já operava entre Rio de Janeiro e São Paulo. Apesar de protagonizar o primeiro acidente aéreo no Brasil – após se chocar com um avião argentino ao decolar do Santos Dumont – a companhia prosperou em 1939 e somou à sua malha a cidade de Santos, no litoral paulista. Trinta anos depois, a Vasp trazia para o Brasil os primeiros Boeings 737-200 e logo em seguida os Airbus.

Caso a caso

Com os negócios bem encaminhados e sem turbulência, a Vasp foi privatizada na década de 1990 e seu presidente iniciou uma estratégia agressiva de expansão. Ao sobrevoar os EUA, a Europa e a Ásia, a companhia não suportou e entrou em queda. “O equilibrio é fundamental para um correto alinhamento entre o que é possível pela ótica do cliente e do mercado e o que é necessário pela ótica do acionista”, comenta Antonio Carlos Morim, Professor de Administração de Negócios da ESPM-RJ, em entrevista ao Mundo do Marketing.

O fim da Vasp foi iniciado em 2004 pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), que suspendeu o voo das oito aeronaves disponíveis por motivos de segurança, já que a empresa não cumpria com as exigências de manutenção por falta de verba. A Varig também mergulhou em dívidas a partir da década de 1990. Com a diminuição de voos tanto domésticos como para o exterior, a companhia contraiu uma dívida de mais de R$ 7 bilhões. A saída encontrada pelo governo, em 2003, foi promover a fusão da empresa com a Tam, o que não foi adiante.

Mais adiante, em 2007, a Gol comprou a Varig e passaram a operar os mesmos aviões, balcões de atendimento e até o programa de milhas, o Smiles. De acordo com Claudia Pagnano, Vice-Presidente de Mercado da Gol, a Varig é muito importante dentro da estratégia de negócios da Gol, pois é com ela que a companhia opera voos para Colômbia, Venezuela e República Dominicana, por exemplo.

Varig sobrevive

Com a aquisição da Varig, a Gol passou a ter a maioria dos voos nos aeroportos mais movimentados do Brasil como Congonhas, Santos Dumont, Juscelino Kubitschek, em Brasília e Confins, em Belo Horizonte. Apesar de terem criado marcas fortes, só a Varig segue no mercado e boa parte da “culpa” é o passado da empresa, já que companhia foi a transportadora oficial da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970. “Hoje, a companhia que possui um prestígio parecido é a Tam apesar da Gol-Varig se esforçar. A marca sobreviveu porque as gerações que nela voaram continuam na ativa”, diz Morim.

O que também contribui para o esquecimento destas empresas é a concorrencia. “A Avianca, recém chegada no espaço aéreo brasileiro, já tem aviões modernos, com TV embutida, boa comida e um sorriso nos lábios dos comissários. A marca até sobreviveu, mas minha filha, de 13 anos, se refere à Varig como a empresa antiga que agora se chama Gol”, emenda o professor da ESPM-RJ.

Como tantas histórias de fusão no mercado mundial torna-se sempre um desafio saber o que fazer com a marca adquirida. Manter ou matar? “O boca a boca continuará independente da comunicação. Eu mesmo não tenho sugerido a Varig como um bom transporte aéreo”, aponta Morim. Segundo ele, o mercado de aviação, com os players que tem, não oferece espaço para novas empresas. A forma de comunicar e alavancar fidelidade muda e volta ao interior do avião, com atributos como responsabilidade, empatia e segurança. "Afinal, o que queremos é um bom espaço para as pernas, um bom lanche e pontualidade. Sem esquecer do sorriso amável acompanhado de um ‘volte sempre' ”, completa Morim.

Thiago Terra | 01/12/2010

18 de nov. de 2010

Uma marca tradicional vista pelo lado nostálgico traz um componente emocional do passado

Tradição: Credibilidade ou Envelhecimento?

“Dificuldade reside não nas novas ideias, mas em escapar das velhas ideias” - John Maynard Keynes

Somos resistentes a novas ideias porque são desconfortáveis, nos tiram da tranquilidade. Mas embora despertem o incômodo, também podem causar uma ebulição que pode alterar todo curso da a história.

Este raciocínio sobre o comportamento humano é perfeitamente aplicado para a necessidade das marcas inovarem e se revitalizarem.

Ao longo do tempo, marcas foram anexando ao seu DNA uma palavrinha chamada Tradição. Vista por um ângulo, ela nos traz confiança, credibilidade e estatura. Por outro, reforça o envelhecimento, a inércia e o saudosismo.

Neste lado opaco da tradição é onde mora o perigo.

Uma marca tradicional vista pelo lado nostálgico traz um componente emocional do passado que, por não dialogar com fatos do contemporâneo, tornam a marca apenas uma boa lembrança. A necessidade da marca de se fazer ouvida, considerada e desejada nos dias de hoje se perde na mente do consumidor para concorrentes mais modernos.

Neste momento estamos vivendo um exemplo claro de uma marca bastante tradicional, com forte apelo às memórias do passado, porém que envelheceu e vive hoje uma de suas maiores crises de credibilidade que pode levá-la à lona.

Estamos falando do SBT.

Quem, da geração entre vinte e trinta anos, não assitiu aos clássicos Chaves e Chapolim? Sérgio Malandro, Praça É Nossa, Topa Tudo Por Dinheiro (com o impagável Ivo Holanda), Carrossel. Todos ícones de uma marca que já foi sinônimo de inovação, ousadia e criatividade.

Porém, nos últimos anos, sem apresentar inovações de impacto e requentando fórmulas de sucesso dos anos 80, a marca vem se afastando do dia a dia do telespetctador.

Do seguno lugar isolado, hoje a marca disputa com a rede Bandeirantes o 3º lugar,

Soma-se este momento, a grave crise de credibilidade do banco Panamericano que gerou um rombo de R$ 2,5 bilhões e tornou o SBT uma moeda de troca para quitar a dívida, segundo reportagem da Folha de São Paulo.

Quando analisamos os slogans adotados pela marca desde 1980, vemos a grande transformação no espírito da marca ao longo do tempo:

1981 – 1987: Desafiadora no ínício

“Liderança Absoluta do segundo lugar”

1989 – 1990: Inovadora e uma alternativa para bons conteúdos

“Quem procura acha aqui”

1998 – 2006: busca identificação e se tornar popular

“A cara do Brasil”, “TV dos brasileiros”

2006 – 2010: Perde o rumo e varia propósitos desconexos

“Concorrência vai tremer de medo” “TV mais feliz do Brasil”

Mais que avaliar o (anti)case SBT, é importante entendermos que uma marca deve ficar atenta às mensagens que passa ao público. E muitas vezes não dizer ou fazer nada de relevante e contemporâneo quer dizer muitas coisa.

A baixa inovação, a falta de conexão entre a proposta da marca e a realidade e até o envelhecimento do target esgotam a relação diária do consumidor com a marca, tornando-a sem significados.

E se, nós planejadores, não tivermos este olhar para as marcas que cuidamos, podemos contribuir para um grande prejuízo da marca.

18/11/2010

17 de nov. de 2010

O mais influente pensador da administração da atualidade.

Gary Hamel e a Administração: do Controle à Paixão

O atual cenário mundial impõe condições competitivas cada vez mais acirradas. Saiba como Gary Hamel, um dos mais influentes pensadores da Administração da atualidade, vê estes desafios e quais são suas dicas para ter sucesso.

Recentemente Gary Hamel foi apontado pelo Wall Street Journal como o mais influente pensador da administração da atualidade. Lá do fundo do salão da HSM Expo Management 2010 eu estava prestes a saber o porquê.

Lembrando os grandes nomes da gestão do último século - como Edison, Taylor, Sloan, McGregor eDeming - Hamel explica que as recentes mudanças na Tecnologia da Administração não acompanharam o ritmo das demais revoluções pelas quais o mundo passou.

O novo cenário competitivo desenha-se implacável e, para dar o tom do desafio, Hamel lista alguns dos motivos:

1. Aceleração das Mudanças: nas duas últimas décadas a velocidade das transformações cresceu de forma exponencial. Inovações espalham-se em ritmo viral, independentemente de estarem no setor financeiro (vide a ascensão e queda dos títulos de subprime), entretenimento (iPads), ou eletrônicos (TVs de plasma, LCD, LED etc.).

Tais mudanças sugerem, continua o autor, um mundo descontínuo, onde os próprios mercados são incessantemente redefinidos por seus players - ou ao menos por aqueles que estão na vanguarda das inovações. Vejamos o caso dos celulares, por exemplo:

Evolução_Celular
Em 1983 a pioneira Motorola apresentava o telefone celular como uma ferramenta de eficiência; em 1994 foi suplantada pela finlandesa Nokia, que celebrava-o como um símbolo de estilo de vida; até 2002, quando a RIM (Research In Motion) transformou-o num escritório de bolso; para, mais tarde, ser suplantada pelos iPhones da Apple: verdadeiros computadores de mão.

O novo imperativo, dentro deste instável cenário, impõe que a antiga Vantagem Competitivaevolua intrinsecamente, ou seja, renove-se por si própria no que Hamel chama de Vantagem Evolutiva.

2. Fim das Barreiras: historicamente muitos mercados eram protegidos por fortes barreiras de entrada, como a Inércia dos Consumidores (relutância ou preguiça para mudar), Restrições de Capital (financiamentos caros e inacessíveis), Economias de escala (métodos de produção que favoreciam grandes quantidades) e Tecnologias proprietárias (marcas e patentes).

Tais restrições foram caindo paulatinamente com a crescente desregulamentação e afrouxamento de leis, bem como evoluções tecnológicas disruptivas. Dentro desta nova ordem econômica, a chave para a sobrevivência é, segundo Hamel, Impregnar a Inovação no DNA da empresa.

O checklist para verificar se a companhia realmente obedece a este imperativo compreende três perguntas que, segundo o palestrante devem ser feitas a funcionários dos escalões mais baixos das empresas:

1. Como você é treinado para ser inovador?
2. Se você tiver uma idéia, quão difícil será para pô-la em prática?
3. Alguém saberá que você inovou?

3. Diferenciação cada vez menor: com o fácil acesso às mais modernas tecnologias a diferenciação reduz-se em todos os níveis - dos produtos à fabricação.

Em tempos de engenharia reversa e comoditização do conhecimento, as empresas não podem mais dormir sobre os louros de uma inovação disruptiva, sob pena de se tornarem os próximos a sofrerem com a próxima onda de quebra de paradigma.

Da sua concepção às prateleiras, o iPhone levou apenas 18 meses para ficar pronto, juntando tecnologias disponíveis no mercado - e sendo embalado, claro, com seu inconfundível designcaracterístico, acoplado a - aí sim - algumas de suas diferenciações próprias.

Assim, a Apple conquistou 4% do market share, embora detenha sozinha 40% dos lucros do setor. Mas sua outrora única tela touchscreen já é padrão nos outros fabricantes de celulares.

O novo imperativo nesta área competitiva passa a ser, então, a Relação entre Diferenciação e Custo, isto é, quanto custa para que cada empresa possa ter acesso e disponibilizar para seus consumidores determinada diferenciação?

* * * * * * * * * *

Tais mudanças no cenário competitivo de uma empresa passam, conclui Hamel, por Inovações na Tecnologia de Administração.

Comandar_Inspirar

O antigo modelo de gestão baseia-se em Comandar seus funcionários para extrair sua Inteligência, comprando sua Dedicação e impondo sua Obediência.

Esta tríade deve ser substituída, no entendimento do palestrante, por encorajar sua Iniciativa, liberar suaCriatividade para que flua suaPaixão.

Estes três fatores são inerentes à pessoa e formam traços de sua personalidade - que ela decide se vai levar para o trabalho. Ou não. Para tal, elas precisam ser Inspiradas.

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No próximo texto veremos as dicas de Gary Hamel para que as empresas se preparem melhor para competir neste cenário descrito. Veremos, ainda, seus exemplos de companhias que já abraçaram as novas Tecnologias de Administração - e o os resultados que já alcançam através da nova mentalidade.

Enquanto isso, pense em que tipo de empresa você trabalha: na que Controla ou na que Inspira? Até lá!

Rodolfo Araújo | 16/11/2010 | 14h4

Mestre em Administração de Empresas pela PUC-RJ, Pós-graduado em Tecnologia de Informação pela FGV-RJ e Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

16 de nov. de 2010

Uso da água duplicou em relação ao crescimento da população.

Racionalidade no uso de água

O uso racional e responsável da água é fundamental para o futuro da humanidade. O acelerado crescimento demográfico, a mudança de intensidade de consumo e a evolução do desenvolvimento das atividades antrópicas criam conflitos e pressão sobre os recursos hídricos existentes.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no século 20, o uso da água cresceu duas vezes mais rapidamente do que a população. A água torna-se cada vez mais escassa, ate mesmo no Brasil, que detém de 12% a 16% do total de água doce do planeta.

A questão muitas vezes não se resume à existência de recursos hídricos, mas sim às condições de acesso à água. O Nordeste, com 29% da população, conta com apenas 3% dos recursos hídricos do país, enquanto que o Norte com 7% dos habitantes, tem 68%. Até na Amazônia, pela precária infra-estrutura, há pessoas não atendidas pela rede de distribuição

As condições de saneamento básico também continuam muito precárias. Saneamento básico é captar, tratar e distribuir a água para o consumo das populações; recolher e tratar o esgoto doméstico antes de permitir seu retorno aos mananciais hídricos superficiais e subterrâneos e tratar da questão dos resíduos sólidos (lixo doméstico). Não adianta a pessoa receber água tratada e ter péssimas condições higiênicas em função dos resíduos sólidos mal acondicionados, mal coletados ou mal destinados.

Mais da metade do esgoto produzido no país não recebe tratamento e é despejado diretamente nos rios, mares, lagos e mananciais. Além disso, o desperdício de água tratada é muito grande. Só na distribuição, as perdas podem chegar a 65% do que é captado nos mananciais. A média de consumo do brasileiro é de 50 litros por dia, quase o dobro do que a Organização Mundial da Saúde considera suficiente para uma pessoa. Na verdade nem se sabe o que é consumo e o que é perda do sistema, com um nível de eficiência muito baixo.

Podem ser implementadas sugestões para evitar o desperdício, e a contribuição de todos é fundamental.

Banho:

  • Não tome banhos demorados e feche a torneira enquanto se ensaboa. A cada minuto, mais de 20 litros de água vão embora pelo ralo.
  • Coloque um balde embaixo do chuveiro para armazenar a água enquanto ela não esquenta. Essa água pode ser utilizada para outras atividades como colocar a roupa de molho.
  • Caso seja viável, instale redutores de vazão. Eles diminuem a quantidade de água liberada pelo chuveiro.

Pia do banheiro:

  • Não escove os dentes ou faça a barba com a torneira aberta.
  • Instale aerador ou arejador (dispositivos que liberam ar ao mesmo tempo que água) nas torneiras da cozinha e do banheiro. Se possível, prefira o arejador de vazão constante (que faz com que a água saia da torneira em fluxo contínuo).

Cozinha:

  • Ao lavar a louça use a bacia ou a própria cuba da pia para deixar os pratos e talheres de molho por alguns minutos, antes da lavagem. Isso ajuda a soltar a sujeira.
  • Não deixe a torneira aberta enquanto os ensaboa. Você estará economizando dezenas de litros de água. Gotejando, uma torneira chega a um desperdício entre 40 e 50 litros por dia, variando conforme a intensidade.
  • Sempre verifique se a torneira está bem fechada e se não há vazamentos. Se puder, use também o redutor de vazão e torneiras com aeradores.
  • Se usar maquina de lavar louça, ligue-a somente quando estiver com toda sua capacidade preenchida.

Bacia sanitária:

  • Não use a privada como lixeira e nunca acione a descarga sem necessidade.
  • Mantenha a válvula sempre regulada e conserte os vazamentos assim que eles forem notados.
  • Quando construir ou reformar dê preferência às caixas de descargas no lugar de válvulas. Uma bacia sanitária acoplada com caixa d’água libera apenas 6 litros de água por descarga, reduzindo o consumo em 50%.

Lavanderia e área de serviço:

  • Deixe as roupas de molho por algum tempo antes de lavar.
  • Use a maquina de lavar roupas com carga máxima.
  • Evite o excesso de sabão, que aumenta o numero de enxágües necessários.

Quintal, jardim e vasos:

  • Não regue as plantas nas horas quentes do dia. Muita água evapora antes mesmo de atingir as raízes.
  • Molhe apenas a base, e não as folhas.
  • Aproveite a água da chuva quando puder. Você pode armazená-la em recipientes colocados nas saídas das calhas para depois usá-la para regar as plantas.
  • Para lavar a calçada e o pátio, não use mangueira. Use vassoura e balde, reutilizando a água do molho das roupas.

Construção ou reforma:

  • Mantenha jardins ou áreas vazadas para que o solo possa absorver a água da chuva. Você estará contribuindo para a reposição da água do lençol freático.

Lavagem de carro:

  • Use balde em vez de mangueira. Com a mangueira gasta-se mais de 500 litros de água para lavar um carro. Com balde, o gasto é de apenas 40 litros.

Roberto Naime, colunista do Portal EcoDebate, é Professor no Programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental, Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo – RS.

16/11/2010

Não estamos com essa bola toda.

Marca "Brasil" cai em ranking global

Índice Country Brand Index aponta a marca brasileira como a 41ª do mundo, seis posições atrás em relação à lista do ano passado

Apesar de apontado como “a bola da vez” por muitos analistas de investimentos internacionais, o Brasil é apenas a 41a “marca de país” do mundo. E, além disso, caiu seis posições em relação ao ano passado, segundo o ranking Country Brand Index, da Future Brand.

Feito em parceria com a BBC World News, o índice considera quesitos como performance financeira, qualidade de vida das pessoas, inovação e desejo que gera nos visitantes. A liderança da versão recém-anunciada é do Canadá, e a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno em Vancouver foi um dos fatores determinantes.

Líder no ano passado, os Estados Unidos caíram para o quarto lugar, e agora estão atrás de Austrália e Nova Zelândia. Os principais países europeus, Argentina, Chile e Índia também estão à frente do Brasil.

Felipe Turlão | 16/11/2010 | 11h50

Uma mudança inimaginável até pouco tempo.

Gerdau: “Hoje está mais barato produzir aço nos EUA”

Presidente da Gerdau avalia que, além de elevar importação de aço, câmbio desfavorável eleva custo produtivo no país.

A apreciação do real ante o dólar, intensificada com o aumento da oferta da moeda no mercado americano, tem sido responsável por uma mudança inimaginável até pouco tempo.

A baixa do real transformou a produção de aço da Gerdau nos Estados Unidos mais barata do que a realizada no Brasil. "Uma coisa que jamais imaginei que iria dizer é que, hoje, é mais barato produzir lá", afirma o presidente da companhia, André Gerdau Johannpeter.

No caso do vergalhão usado na construção civil, principal produto da Gerdau, o custo de produção americano responde por 85 pontos em uma escala de 0 a 100 elaborada por um estudo da consultoria Bozz&Co.

Por aqui, a proporção sobe para 100 por 100. Não à toa, entre os seis produtores mundiais (Alemanha, Brasil, China, EUA, Rússia e Turquia) avaliados pelo estudo encomendado pelo Instituto Aço Brasil (IABr), em 2009, o Brasil lidera em custo produtivo. Posição na qual empata com a Turquia, mas que é superado pelo mercado nacional em impostos: 46 (Brasil) x 30 (Turquia) que compõe a escala até 100.

Johannpeter observa que também pesa na conta o preço menor de energia nos EUA, em especial o gás natural. "O metro cúbico do gás nos Estados Unidos está entre US$ 4 e US$ 5. Enquanto no Brasil, o preço varia entre US$ 11 e US$ 12", diz.

O presidente da Gerdau ressalta que a mudança da rota produtiva tem contribuído para que o Brasil receba um volume crescente do excedente de aço produzido em países onde o consumo não acompanha a oferta disponível, em função, ainda, dos efeitos da crise financeira global iniciada em 2008. "As empresas buscam países que estão crescendo, e o Brasil é um deles", pontua.

Concorrência desleal

O IABr estima a entrada de 8 milhões de toneladas de aço importado no Brasil neste ano, contra 5,8 milhões em 2009. A entidade avalia que o volume é excesivamente alto ante a sobra de 20,7 milhões de toneladas que o parque siderúrgico nacional terá em 2010.

Para Johannpeter, atual presidente do conselho diretor do IABr, a distorção precisa ser corrigida com ação rápida pelo governo brasileiro. O executivo se mostra preocupado, principalmente, com a concorrência desleal praticada por siderúrgicas de países afetados pela crise. "Para manter os altos-fornos funcionando, empresas têm praticado os piores preços, fazendo o excedente vir para o Brasil", diz.

O principal executivo da Gerdau indica, como ponto central para evitar a perda do mercado interno, brecar a guerra fiscal praticada por 13 portos brasileiros. Segundo Johannpeter, há casos em que os estados reduzem a taxa de ICMS a 2% para elevar a movimentação de carga de seus terminais.

Com isso, além do preço menor em função do excesso da produção mundial - calculada pelo IABr em 619 milhões de toneladas -, o importado recebe um tipo de incentivo fiscal que turbina sua concorrência com o aço nacional.

"A guerra fiscal tem tirado empregos no Brasil. Em Pernambuco, por exemplo, a redução de ICMS acontece no âmbito do programa Pró-Emprego. Só que os empregos estão sendo criados na China, na Turquia, na Coreia do Sul...".

Nivaldo Souza | 16/11/10 | 15h55

O brasileiro por trás de um grande novidade.

Microsoft lança no País sensor de movimentos

Com o Kinect, jogador dispensa o uso de controles no videogame da empresa, o Xbox 360

SÃO PAULO - Na tela, um filhote de tigre percorre um gramado. Do lado de fora, Alex Kipman conversa, pula, roda. Kipman é o brasileiro que inventou a tecnologia de reconhecimento por câmera Kinect, que por anos foi chamado de "Projeto Natal". É um acessório para o videogame Xbox 360, da Microsoft, que chegou na quinta-feira, 4, às lojas dos Estados Unidos - no Brasil, custará R$ 599 e será vendido a partir do dia 18.

Kipman

Kipman conta que o objetivo da tecnologia foi eliminar controles, botões e fios. Se o Wii abriu as portas da interação do corpo com a máquina, o Kinect vai além - é a experiência mais próxima de imersão no jogo que alguém pode ter. Durante o evento de lançamento do produto, a palavra "emoção" foi usada várias vezes - a ideia é que o jogador realmente tenha uma proximidade emocional com a máquina, que o reconhece e interage com ele.

Na demonstração, Kipman apresentou o Kinectmals, game em que um filhote de tigre aprende truques e explora um espaço. Os gráficos são muito nítidos, as cores são vivas e o sensor de movimento parece bem estável.

O Kinect usa uma câmera em cores, um sensor de profundidade e um microfone para reconhecer a imagem e a voz do dono. Kipman ligou a máquina e foi reconhecido - em instantes, estava logado na rede Xbox Live.

Kinect Adventures é o game que já vem com o produto. O game permite explorar um ciberespaço, escalando montanhas e mergulhando. Outros quatro serão lançados agora: Dance Central, de dança; Kinect Joy Ride, um simulador de corrida; e Kinect Sports, com futebol, boliche e pingue-pongue; além do Kinectmals demonstrado por Kipman. Os jogos custarão R$ 149 no Brasil e a expectativa é que outros 12 sejam lançados até o fim do ano.

Rede. Junto com o Kinect, finalmente chega ao Brasil a rede Xbox Live, que permite jogar online, interagir com outros jogadores, acumular pontos, comprar e experimentar jogos.

Acabou o velho problema de ter de buscar um endereço fora do Brasil para fazer uma conta - e a boa notícia é que será possível importar os MS Points, tempo de assinatura, status de jogos e outros dados para as contas brasileiras. "É uma grande virória para a Microsoft Brasil", disse Guilherme Camargo, gerente de Xbox 360 da Microsoft Brasil.

05/11/2010 | 8h01

Nós não nos informamos sobre os políticos que escolhemos

Brasileiro deve se preocupar com gasto público assim como faz com renda pessoal

SÃO PAULO – Pesquisa realizada pela UNB (Universidade de Brasília) revelou o desinteresse do brasileiro em fiscalizar o gasto público na política, característica contrária quando o assunto abordado é o próprio dinheiro.

De autoria do economista José Jorge Gabriel, o estudo analisou 108 eleições estaduais no País e traçou um comparativo com o desempenho do desemprego, PIB, pobreza, saneamento e segurança dos anos eleitorais de 1994, 1998, 2002 e 2006.

Segundo ele, os brasileiros não se informam sobre os políticos que escolhem, além de cometerem erros de avaliação quanto às ações desempenhadas por cada um dos mandatários.

“Muitas vezes, o eleitorado não sabe dar o crédito da ação à pessoa pública ou gestão responsável”, afirma. Acontece que políticos locais tendem a se beneficiar das taxas de crescimento do País, o chamado “Efeito Carona”. Com isso, esclarece, eles têm mais chances de reeleição, mesmo sem responsabilidade direta pelas melhorias concretizadas.

Gabriel destaca que se os eleitores se informassem da mesma maneira que fazem com relação ao uso do dinheiro, a situação política no País poderia ser diferente.

Resultados
Na prática, esses fatores observados pela pesquisa não estimulam o desenvolvimento da democracia, o que corrobora com o desperdício dos recursos públicos.

“Para o bom funcionamento da democracia é preciso que o eleitorado se informe mais, especialmente sobre a economia e política do País”, finaliza Gabriel.

16/11/10 | 13h33

O bom profissional, faz além das suas possibilidades

Conheça os 10 mandamentos de um vendedor de sucesso

Trabalhar como vendedor não é uma atividade tranquila. Estes profissionais têm de cumprir metas, conhecer os produtos e serviços, atender e principalmente conquistar os clientes. Mas por que alguns vendedores são bem-sucedidos e outros não são?

O presidente do CDPV (Centro do Desenvolvimento do Profissional de Vendas) e autor do livro "Histórias dos Verdadeiros Campeões de Vendas" (Ed. Ferreira Negócios), Diego Maia, explica que o que diferencia estes profissionais é a maneira como lidam com os desafios da carreira.

"É possível diferenciá-los pela forma como estas pessoas encaram seu serviço. Um vendedor de sucesso faz além das suas possibilidades. Ele também tem comprometimento com a sua carreira", explica o especialista.

Conhecimento

Ele acrescenta que um vendedor bem-sucedido busca ter conhecimento e informações além do que é exigido pela profissão. Maia aconselha que estes profissionais façam cursos na área ou até mesmo livres, já que em algum momento as informações extras podem ajudá-los em uma venda.

Ele conta que um vendedor de vinhos conquistou uma rede de restaurantes porque ouviu os funcionários conversando sobre qual a diferença entre enólogo, sommelier, entre outras nomenclaturas.

Como esta pessoa tinha conhecimento da área devido aos cursos realizados, ele explicou a diferença para os funcionários, o que despertou o interesse de um comprador por este profissional. "Ele tinha um diferencial, por isso conquistou o cliente", diz.

O especialista declara ainda que a realização de cursos aumenta o networking do profissional. Mesmo em cursos não relacionados a vendas, conhecer outras pessoas amplia as possibilidades de realizar negócios.

Mandamentos

O autor indica 10 atitudes que podem diferenciar um vendedor medíocre de um profissional de sucesso. "Estas dicas não servem somente para área de vendas, mas para as outras profissões", informa.

  • Preparação: Além de cursos como graduação, pós-graduação, cursos livres de vendas, marketing, negócios e cursos livres, é aconselhável a leitura de livros e revistas;
  • Planejamento de carreira: tenha em mente aonde deseja chegar. Por isso, estabeleça metas palpáveis. O especialista aconselha que as pessoas escrevam seus planos, assim não estarão somente no plano das ideias;
  • Planejamento financeiro: organização financeira é fundamental, já que muitos profissionais dependem da comissão de vendas. Pense no futuro. Faça seguro especializado para área e um plano de previdência privada;
  • Comprometimento: Tenha comprometimento com a empresa, com o produto e com os clientes. "É mais do que vestir a camisa", declara Maia;
  • Aprender com os erros: ao errar, peça o feedback, desde o chefe até o cliente;
  • Inovação: inovação não deve ser no sentido técnico ou científico. O vendedor deve colocar em prática todos os dias alguma ideia nova, como enviar artigos ou reportagens aos clientes que possam interessar, não almoçar sozinho, conhecer outros lugares, entre outras coisas;
  • Networking: deve ser feito tanto com profissionais da mesma área como com os de setores diferentes. Além de manter contatos com os clientes. "É se fazer presente. É estar permanentemente em contato com as pessoas", afirma Maia.
  • Faça com os outros o que você gostaria que fizessem com você: é fundamental ter ética. Ajude o cliente a crescer;
  • Venda e negocie benefícios: é importante enfatizar o que o produto pode proporcionar ao cliente;
  • Seja um portador de boas notícias: ninguém faz negócios com pessoas desmotivadas, por isso deixe os problemas de lado, e não os leve para o cliente.

Karla Santana Mamona, InfoMoney | 16/11/2010 | 00h11min

Ficamos abaixo apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e do Distrito Federal.

SC tem o quarto pior retorno de impostos federais do País

Santa Catarina recebeu da União no ano de 2009 R$ 8 bilhões, considerando as transferências de recursos para o estado e seus municípios, além dos gastos diretos da União no estado. O valor corresponde a 59,4% dos R$ 13,5 bilhões arrecadados em receitas federais em Santa Catarina no mesmo período, o que significa o quarto pior retorno em termos percentuais do País.

Ficamos abaixo apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e do Distrito Federal, segundo levantamento da Federação das Indústrias (Fiesc), que utiliza informações públicas da Receita Federal, do Portal da Transparência e da Secretaria do Tesouro Nacional.

"Os dados deixam claro que é necessário haver maior mobilização de Santa Catarina e também dos dois outros estados do Sul. Temos grandes carências em áreas como infraestrutura, saúde e educação, mas por sermos vistos como estados supostamente ricos, recebemos muito menos do que contribuímos", diz o presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa.

Ele lembra, ainda, que abre-se nova possibilidade de articulação com o início dos mandatos dos governadores e parlamentares em janeiro. "Não significa que estados pobres devam ser esquecidos. É função do governo investir lá para reduzir as desigualdades. Mas se ficarmos de lado, nossa economia perderá competitividade e vai reduzir sua capacidade de contribuir com o país no longo prazo", diz Corrêa.

A Fiesc destaca a necessidade de investimentos em infraestrutura. Recente levantamento realizado pelo Fórum Industrial Sul, integrado pelas Federações das Indústrias de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul (FIERGS) e do Paraná (FIEP) e encaminhado aos parlamentares das bancadas dos três estados em Brasília, aponta demanda de obras urgentes no valor de R$ 7,8 bilhões para os três estados na área de infraestrutura de transportes.

Desse montante R$ 2,5 bilhões correspondem a obras necessárias em Santa Catarina, R$ 2,8 bilhões no Rio Grande do Sul e R$ 2,4 bilhões no Paraná. "São obras urgentes que afetam os custos das empresas. Mas não só isso. São necessárias também para reduzir o grande número de acidentes nas rodovias", diz Corrêa.

No caso catarinense, os valores propostos pela indústria somam R$ 1,3 bilhão no modal rodoviário, R$ 422 milhões no marítimo, R$ 461 milhões no ferroviário e R$ 345 milhões no aeroviário. No modal rodoviário são consideradas as BRs 101, 116, 290, 285, 386, 392, 471, 153, 448, 468, 470, 472, com projetos de sinalização, construção de trechos, adequação, recuperação e manutenção.

16/11/2010 | 14:37

9 de nov. de 2010

Busca por uma economia de baixo carbono no Brasil

Estudo mostra os principais entraves e oportunidades dos financiamentos verdes

mundo verde

O setor financeiro público brasileiro tem um papel-chave na disponibilização dos recursos necessários para o financiamento de uma economia de baixo carbono. A afirmação faz parte do estudo Financiamentos Públicos e Mudança do Clima - Análise de Bancos Públicos e Fundos Constitucionais Brasileiros, elaborado e coordenado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV/EAESP (GVces) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com apoio da Embaixada Britânica.

O estudo foi lançado nesta terça-feira, 9, em evento em São Paulo, e analisa o planejamento estratégico das instituições bancárias públicas no âmbito das mudanças climáticas.

"O objetivo do estudo é trazer à tona uma avaliação das políticas e práticas de bancos e fundos públicos brasileiros quanto à redução do impacto climático de suas operações", explica Gladis Ribeiro, do GVces.

Para Cristina Montenegro, representante do PNUMA no Brasil, é essencial que o setor financeiro público se conscientize do seu papel na busca por uma economia de baixo carbono no Brasil. "Todas as instituições pesquisadas são signatárias do Protocolo Verde, o que reforça a importância de atuarem como precursores e multiplicadores da responsabilidade socioambiental do setor bancário", diz Montenegro.

Financiamento como visão estratégica

De acordo com o estudo, o comprometimento dessas instituições com a mudança do clima, embora esteja formalizado, ainda é difuso e requer uma maior abordagem estratégica. Apesar da conscientização sobre o tema, ainda existem grandes desafios para a elaboração de uma visão institucional mais elaborada em relação ao tema, que é o maior desafio do século XXI.

Para a pesquisadora de finanças sustentáveis da equipe de Sustentabilidade Empresarial do GVces, Paula Peirão, "as instituições reconhecem a importância do financiamento público como indutor de uma economia de baixo carbono, mas o processo decisório ainda é orientado por objetivos pontuais, de curto prazo e com baixo envolvimento da alta gerência."

Peirão explica que não existe acompanhamento e cooperação entre as instituições financeiras, "o que poderia ser um ponto de partida para a criação de uma linha de base que pudesse monitorar as ações individuais das instituições financeiras públicas no país".

Eficácia e monitoramento dos produtos verdes

O relatório aponta que produtos direcionados para redução de gases de efeito estufa ainda têm baixa representatividade. Produtos tradicionais podem atender necessidades de clientes no que se refere à redução de emissões, porém, "sem o controle dos impactos de produtos tradicionais direcionados para ações de menor emissão de carbono, não há como avaliar os benefícios ambientais dos projetos financiados", avalia Gladis Ribeiro.

Também foi identificado que muitas vezes o montante disponibilizado para um produto ou linha verde de crédito é muito superior à sua contratação efetiva. Com isso, tais financiamentos acabam não sendo atrativos para os clientes, pois em geral têm um processo de contratação mais complexo, quando comparados a financiamentos tradicionais.

Segundo dados do Tribunal de Contas da União, entre 2008 e 2009, as linhas de crédito público dos programas de investimento em sistemas sustentáveis e recuperação de áreas degradadas, por exemplo, tiveram apenas 25% de utilização.

"Existe ainda um amplo espaço a ser ocupado pelas instituições no que se refere ao monitoramento, consolidação e padronização de informações, que promovem o alinhamento entre esses produtos e ferramentas", explica Paula Peirão. "Isso evitaria a ocorrência de ações dispersas e contraditórias."

Outro ponto identificado durante a pesquisa trata das soluções financeiras para adaptação e vulnerabilidade à mudança do clima. De acordo com os pesquisadores, estas são oportunidades pouco exploradas pelas instituições. Os bancos públicos podem liderar este processo por meio do financiamento sustentável em áreas como agropecuária, segurança hídrica e planejamento urbano e de zonas costeiras.

Para o coordenador-geral do GVces, Mario Monzoni, "os resultados podem subsidiar tomadores de decisões em seus processos de formulação de políticas públicas de combate aos efeitos das mudanças climáticas e, assim, promover o alinhamento do Brasil com os objetivos da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Protocolo de Quioto, Plano de Bali e Acordo de Copenhague".

Fizeram parte da pesquisa os seguintes bancos: BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal; Fundo Constitucional do Norte, Fundo Constitucional do Nordeste e Fundo Constitucional do Centro-Oeste, geridos pelo Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Banco do Brasil, respectivamente.

09/11/2010 | 15h35

Experimentar novas e múltiplas maneiras de encarar a sociedade e enfrentar os dilemas da civilização.

Colaboração, diversão e arte

Na conferência TEDxAmazônia, em meio a projetos inovadores em design e sustentabilidade, experiências mostram que é possível até mudar o mundo de maneira rápida, divertida e sem pôr a mão no bolso.

TEDx Amazonia

Esqueça fórmulas. Uma conferência ao estilo TED transmite experiências e inspira projetos, mas não impõe um formato ou um modelo para se tentar mudar o mundo. Ao compartilhar ideias e conceitos vindos de diferentes partes do planeta e de pessoas de perfis distintos, a proposta é levar a plateia a experimentar novas e múltiplas maneiras de encarar a sociedade e enfrentar os dilemas da civilização. Entre eles, claro, o impacto das mudanças climáticas. Com o TEDxAmazônia não podia ser diferente.

Realizado no final de semana em que São Paulo atraiu a atenção do público internacional (dias 6 e 7) – afinal, aconteceu a etapa brasileira da Fórmula 1, um evento esportivo bastante prestigiado -, o encontro amazônico reuniu cerca de 550 homens e mulheres, dos mais variados campos de atuação, no hotel Amazon Jungle Palace, uma instalação flutuante localizada a quase duas horas de barco de Manaus.

O tema “Qualidade de vida para todas as espécies” norteou os blocos organizados segundo propostas como “viver melhor”, “colaborar melhor” e “produzir melhor”. Ao todo foram 51 palestras , além de uma apresentação da Orquestra Barroca do Amazonas.  A abertura coube ao brasileiro Antônio Nóbrega, que abordou a dança, dividindo-a em três tipos de manifestações culturais (batuques, cortejos e espetáculos populares), e colocou o público para girar em uma grande ciranda. E o encerramento ficou com o norte-americano Gordon Hampton, um “caçador de sons”, que discorreu sobre a importância do escutar, principalmente captar os sons da natureza. O TEDxAM acabou sob silêncio, a pedido do palestrante. Um silêncio que perdurou por minutos como se ecoasse pela mente de cada um dos participantes.

Esses dois momentos extremos – o da animada explosão de energia e o da quietude para refletir e perceber – se somaram a outros que marcaram o evento. Alguns temas tiveram pontos em comum, caso da importância da diversão (para fazer algo de modo eficaz é preciso ter alegria e se divertir com a atividade) e do espírito de comunidade (o que remete aos princípios da colaboração e do compartilhamento, já tão falados nos meios publicitários).

Das apresentações que discutiram o poder da diversão, um dos destaques foi o arquiteto e urbanista Edgard Gouveia Jr, presidente do Instituto Elo, de Santos (SP), e fundador do programa Guerreiros Sem Armas, que revitaliza espaços públicos por meio de trabalhos comunitários. “Mudar o mundo pode ser rápido, divertido e não precisa pôr a mão no bolso”, disse. Por trás disso, está a ideia de que as pessoas dispostas a fazer algo podem usar sua rede de amigos para colocar em ação um projeto que, sem esse apoio, poderia estar fadado a nunca sair do papel.

Gouveia mostrou que isso pode dar certo ao apresentar o resultado de uma experiência desenvolvida para ajudar os desabrigados de Santa Catarina atingidos pelas enchentes do ano passado. Foi criado um jogo, o Oásis Santa Catarina, que se espalhou pela internet. Dessa forma, foram atraídos jovens de diferentes regiões do País, que se agruparam em três times. Eles recebiam tarefas semanais, tudo para poder atender aos desejos dos moradores das cidades afetadas. Ao final, 12 comunidades foram beneficiadas e 43 equipamentos para o espaço público (como playground) foram criados. E isso em cinco dias. “Brincando todo mundo é um empreendedor. A escala de desafio global que temos exige que todos batam um bolão”, completou.

Participação

No bloco “Colaborar melhor”, o norte-americano Aaron Kablin, um artista especializado em visualização de dados, ressaltou que o mundo conectado dá impulso a centenas de decisões e que os recursos tecnológicos ampliam as possibilidades de colaboração. Ele apresentou alguns trabalhos que fez com participação do público. Um deles, o Johnny Cash Project, em que as pessoas eram estimulados a criar desenhos como um tributo ao cantor e com base na música “Ain’t no grave”, aplicados depois em vídeo.

Outro trabalho famoso foi a criação do vídeo para “House of Cards”, da banda Radiohead. Kablin utilizou lasers e sensores para escanear os músicos. Os códigos foram disponibilizados numa ferramenta do Google. A empresa contratou o artista para trabalhar no Google Creative Lab. Lá, fez o projeto The Wilderness Downtown, para o grupo Arcade Fire, utilizando HTML 5 em um processo interativo no qual internautas faziam referências a endereços da infância.

Design thinking

Entre a arte e o design, um dos palestrantes que arrancou aplausos dos participantes foi Paul Bennett, sócio e CCO da Ideo, consultoria de design e inovação, que já atuou para Havaianas. Com bom humor, ele abriu sua apresentação dizendo que tem a resposta para tudo. Depois, mais sério, Bennett apontou que o rio Amazonas pode ser um professor para o design thinking.

"O Amazonas tem praticado design thinking há muito tempo. A natureza é um poderoso desenhador de sistemas", comentou. Bennett estabeleceu cinco princípios de design com base no que depreendeu do rio, seu curso e dos seres interligados pela ação de suas águas.

São eles: as profundezas ocultas são silenciosas (“Quanto menos eu falo, mais eu aprendo”, afirmou Bennett, dando a entender que é preciso ouvir bastante antes de criar um projeto), a coexistência respeitosa engendra a sobrevivência (a Ideo criou a Open Ideo para que outras pessoas fora da empresa possam contribuir com ideias), o pequeno multiplicado por muitos fica grande (um exemplo citado de projeto desenhado nessa linha foi o Banco Grameen, de microcrédito, que impulsionou negócios na Índia tocados por gente simples), o afluente leva ao oceano (nesse ponto Bennett se referiu ao design de movimentos e iniciativas), e a natureza é circular (na natureza, os seres aprendem, se adaptam e devolvem ao meio os benefícios que obtiveram). “O design é como o Amazonas. Você tem de olhar para a profundeza. Pode pensar pequeno e crescer. Você estabelece uma relação de interdependência. Você precisa do outro e tem de devolver o que tomou”, resumiu.

O erro da humanidade

Um dos propósitos do TEDxAmazônia foi debater a sustentabilidade. Dito assim, soa simples demais. Não se tratava somente de incentivar as pessoas a se preocupar mais com o tema e a fazer algo. Os palestrantes dividiram com o público resultados de projetos, suas visões de mundo e reanalisaram conceitos. Foi o que fez o mexicano Enrique Leff, economista da ONU que foi um dos pensadores por trás da teoria chamada eco-marxismo. De imediato, ele trouxe a má notícia: “a humanidade errou o caminho de construção da civilização porque esqueceu da natureza”.

Para ele, a crise ambiental não é somente passageira. “Ela é uma crise civilizatória”. Mencionando o filósofo alemão Martin Heidegger, Leff argumentou que desenvolvemos uma civilização do “ser convertido em coisas”. O economista afirmou que dissociamos a cultura da natureza, assim como dissociamos os sentimentos da razão.  “Temos um mundo objetivado e o que mais se globalizou foi a lei do mercado. A natureza foi transformada em recurso natural e nós nos esquecemos que ela mantém a vida. Precisamos construir uma nova racionalidade, na qual possamos viver a razão e a paixão.”

Como sair disso? Leff sustentou que uma solução é a sociedade aprender a pensar na natureza como pensam os indígenas e os camponeses. “Eles sabem viver em seu território. Temos de pensar em produtividade ecológica dentro dos territórios. E não se trata somente de se estabelecer um novo paradigma de produção. Necessitamos de uma ética ambiental. Precisamos acabar com o individualismo. Temos de romper com o pensamento de que este é um mundo unitário. Importante é aprender a estabelecer diálogos de saberes entre seres culturalmente diferenciados. Este mundo, para ser sustentável, tem de saber conviver com a diversidade”.

Lena Castellón | 08/11/2010 | 17h23

A jornalista viajou a Manaus para acompanhar o TEDxAmazônia.

6 de nov. de 2010

Neoconsumir ou Metaconsumidor?

Sustentabilidade entra no carrinho de compras e muda perfil do consumidor

Com os avanços dos meios de consumo, o perfil do consumidor mudou. E ele passou ser chamado de neoconsumidor – aquele que surgiu com o advento dos canais digitais, que permitiram acesso global a marcas, produtos e lojas. Contudo, outras questões começaram a fazer parte das escolhas desses consumidores, as ligadas à sustentabilidade e ao consumo consciente.

Estudo da GS&MD – Gouvêa de Souza denomina esse novo perfil de metaconsumidor. Os pesquisadores identificaram que o metaconsumidor ainda está em seu estágio básico. Contudo, ele já traz mudanças na dinâmica do consumo, alterando as estruturas de negócios, produtos, canais e marcas. “Toda a cadeia produtiva e de consumo enfrentará estas mudanças. Assumir o pioneirismo pode significar o sucesso”, afirmam os pesquisadores no estudo.

Para eles, o crescimento dos metaconsumidores se dará de forma vertiginosa. Saber quem eles são e o que querem, dessa forma, ajuda a entender essa nova dinâmica.
Para traçar esse perfil, a GS&MD ouviu 8.500 consumidores de 17 países do mundo (Canadá, Brasil, Portugal, França, Reino Unido, Austrália, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Dinamarca, Espanha, China, México, Chile, Itália, Romênia e Turquia) em agosto deste ano.

Novas questões, um novo perfil

As principais mudanças que tornam os consumidores de hoje em metaconsumidores referem-se às questões da sustentabilidade, mesmo que elas ainda não sejam determinantes.

O estudo mostra que a sustentabilidade para os consumidores ainda se restringe à questão ambiental. Contudo, os brasileiros pagariam até 8% a mais para ter um produto sustentável, 44% adotam a sustentabilidade no dia a dia, 66% acreditam que faltam produtos nessa linha e 45% acreditam que sustentabilidade é consumir de maneira equilibrada.

No mundo, 40% dos novos consumidores compram de empresas social e ambientalmente corretas. Nesse quesito, as brasileiras lideram e 56% delas têm o mesmo comportamento. No sentido contrário, 36% dos consumidores consultados evitam comprar produtos de empresas que não agem de maneira socialmente responsável.

Os metaconsumidores também acreditam que as empresas devem passar informações sobre consumo sustentável: 41% têm expectativa de que as empresas eduquem os consumidores nesse sentido. No Brasil, essa expectativa é maior e atinge 70% dos consumidores da classe B2.

Para 27% do total de consumidores consultados, as propagandas de produtos que assumem ser sustentáveis são confiáveis. No Brasil, esse percentual sobe para 45%, considerando os consumidores da classe B2, enquanto no México atinge 47%. Os produtos com elementos reciclados são os preferidos de 32% dos metaconsumidores.
Apesar de todas essas preocupações, os consumidores reconhecem que o consumo excessivo ainda faz parte de suas realidades, atingindo 14% dos pesquisados. No Brasil, esse percentual sobe para 19% entre as mulheres.

Internet como fonte de informação

O novo consumidor, preocupado com as questões ambientais, busca informações sobre produtos sustentáveis. E 63% dessa busca concentra-se na internet. A TV, os jornais e as revistas são utilizados por 52%, 47% e 35% dos entrevistados, respectivamente. Já 28% consultam a família e os amigos quando querem informações dessa natureza. O mesmo percentual busca esse tipo de informação por meio de selos e certificados.
As lojas e as redes sociais são utilizadas por 24% e 18% dos novos consumidores, nesta ordem. Mas 13% afirmam que ainda não se preocupam com esse tipo de informação.

Camila F. de Mendonça | 29/10/2010

4 de nov. de 2010

A chance de sobreviver aqui é maior.

Empresas criadas em Santa Catarina têm mais chance de sobreviver no mercado, aponta pesquisa realizada pelo IBGE

Empresas criadas em Santa Catarina têm mais chance de dar certo do que em qualquer outro estado brasileiro. Esta é a constatação do estudo Demografia das Empresas, divulgado semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado com base no Cadastro Geral de Empresas (Cempre). A pesquisa, que considera dados relativos a 2007 e 2008, revela que a taxa de sobrevivência das empresas catarinenses, de um ano a outro, é de 82,2%. A média nacional é de 78,1%.

dados

Com os números, Santa Catarina superou estados de grande tradição econômica como São Paulo (78,7%), Minas Gerais (79,6%) e Rio de Janeiro (80,5%). Do outro lado da tabela, Roraima, com taxa de sobrevivência de 66,2%, e Amapá, que acumulou índice de 66,0%, contabilizaram os piores resultados. Entre as regiões, o Sul apresentou o melhor desempenho (79,8%), acompanhado de perto pelo Sudeste (79,1%). O Norte registrou o pior: 71,1%.

De acordo com o estudo, o Brasil tinha, em 2008, 4,1 milhões de empresas ativas, que ocupavam 32,9 milhões de profissionais. Santa Catarina abrigava 237.476 delas, empregando 1.427.617 de pessoas. Do total de empresas catarinenses, 42.201 começaram a operar naquele ano, enquanto 31.901 fecharam as portas – saldo positivo de 10.300 novos negócios. O resultado também garantiu ao Estado a menor taxa de saídas de atividade do país: 13,4%. A média brasileira ficou em 17,5%.


POTENCIAL
A pesquisa revelou ainda que Santa Catarina possuía, em 2008, 3.682 empresas consideradas de alto crescimento – aquelas que apresentam, durante um período de três anos, crescimento médio de pessoal ocupado assalariado superior a 20% ao ano, com no mínimo dez pessoas assalariadas no primeiro ano de análise. Em âmbito nacional, as empresas de alto crescimento representavam 8,3% (30.954) do total de empreendimentos com dez ou mais colaboradores e eram responsáveis pela geração de 2,9 milhões de empregos formais – 57,% do total de vagas abertas entre 2005 e 2008.

TAMANHO É DOCUMENTO
Das 464,7 mil empresas criadas em 2007, 353,5 mil (76,1%) conseguiram chegar a 2008 em atividade. O estudo indica que a taxa de sobrevivência tem relação direta com o porte do empreendimento. Entre as empresas sem pessoal assalariado, a taxa foi de 70,6%. Naquelas que têm de uma a nove pessoas assalariadas, alcançou 91,8%. E nas empresas onde há pelo menos dez pessoas assalariadas, a taxa chegou a 95,7%.

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO LIDERA CRESCIMENTO
As atividades com as maiores participações relativas nas empresas de alto crescimento foram Indústrias de Transformação, com 27,4%; Comércio, 26,4%; Construção, 12,2; e Atividades Administrativas e Serviços Complementares, 7,8%. O segmento de Construção de Edifícios foi o que mais empregou: 198.246 novas vagas abertas. Em seguida aparece Limpeza em Prédios e em Domicílios (117.283) e Locação de Mão-de-Obra Temporária (114.975).

03/11/2010

26 de out. de 2010

Praga capaz de invadir sistemas de grandes corporações sem ser detectada por softwares de segurança

Ataques virtuais quase invisíveis ameaçam agentes financeiros

Além de terem acesso a dados sigilosos, os cibercriminosos conseguem, ainda, estabelecer bases para futuros ataques, já que todas as ações são extremamente sutis

Foi anunciada, na semana passada a descoberta de uma nova categoria de praga virtual, capaz de invadir sistemas de grandes corporações sem ser detectada por softwares de segurança. As chamadas técnicas avançadas de invasão (AET, em inglês) combinam vários acessos simultâneos a uma mesma rede, burlando firewalls e antivírus, que, por hora, têm sido ineficazes na proteção de dados.

O anúncio foi feito pela Stonesoft, pequena companhia especializada em segurança virtual, que comparou as AETs a chaves mestras, por serem capazes de "abrir" qualquer rede protegida sem serem percebidas. Segundo a empresa, além de terem acesso a dados sigilosos, os cibercriminosos conseguem, ainda, estabelecer bases para futuros ataques, já que todas as ações são extremamente sutis.

 

Investigações

 

Os diretores da Stonesoft afirmaram que deve haver mais grupos trabalhando pela descoberta de formas para conter as invasões. Entretanto, com o anúncio feito, foi a companhia que disparou no mercado. Com a divulgação do comunicado, suas ações subiram 20%, e continuam subindo 9%, em média.

As informações são da América Economia. 

 

25/10/2010 | 12h29min