21 de jul. de 2010

São quase R$ 600 bilhões, o tamanho da economia Argentina, que estão à margem da economia formal brasileira

Economia subterrânea equivale a 18,4% do PIB


Para 2010, a tendência é de continuidade no movimento de queda

A produção de bens e serviços que não entraram nas contas do governo somaram R$ 578 bilhões em 2009, o equivalente a 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

O indicador, conhecido como Índice da Economia Subterrânea, vem caindo desde o início da medição em 2003, quando registrou o patamar de 21% do PIB. Para 2010, a tendência é de continuidade no movimento de queda.

O dado divulgado hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a pedido do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), passou por um processo de aperfeiçoamento na metodologia que resultou na dimensão das atividades informais no país.

"São quase R$ 600 bilhões, equivalente ao tamanho da economia da Argentina, que estão à margem da economia formal brasileira", diz o diretor executivo do ETCO, André Franco Montoro Filho. "Se pensarmos em impostos, estamos falando em sonegação de R$ 200 bilhões."

Para o responsável pelo desenvolvimento do índice e pesquisador do Ibre, Fernando de Holanda Barbosa Filho, é difícil falar em patamar de equilíbrio para o nível da economia subterrânea de um país.

A comparação, no entanto, pode ser feita através do nível visto nos países da OCDE - em torno de 10% -, patamar que fica em torno de 30% nos países em desenvolvimento.

O crescimento da economia brasileira em ritmo maior leva naturalmente a um aumento da formalização no país como um todo e conseqüente diminuição do tamanho da economia subterrânea.

"O PIB é um santo remédio", diz o diretor do Ibre, Luiz Guilherme Shymura.

Barbosa Filho vai além e observa que a modernização e abertura do país levam a uma tendência de diminuição do indicador.

"A globalização é um fator, pois para competir é preciso investir e buscar crédito e isso não ocorre na informalidade. Além disso, a própria expansão do crédito interno, como o imobiliário, estimula a formalização", diz.

Na contrapartida, a alta tributação e o excesso de burocracia são vistos como incentivos ao desenvolvimento da economia subterrânea no país.

Eva Rodrigues | 21/07/10 | 14h45

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