21 de jul. de 2010

Começou em Santa Catarina a 12ª Temporada de Observação de Baleias Franca.

Observadores de baleias ainda são poucos, mas gastam acima da média

Nesta época, os cetáceos vêm para a costa catarinense para ter os filhotes 
Foto Divulgação

Começou em Santa Catarina a 12ª Temporada de Observação de Baleias Franca. O turismo em torno desses cetáceos ainda é incipiente no Estado, mas se torna mais visível a cada ano. As baleias migram da Antártida para se reproduzir em águas mais quentes do litoral catarinense e atraem a atenção de turistas que gastam muito mais do que a média dos que veraneiam nas praias.

No dia 5 de julho, Imbituba foi declarada Capital Nacional da Baleia Franca. Esses animais, com cerca de 18 metros e que podem chegar a 60 toneladas, têm uma cria a cada dois ou três anos. A atividade, no Brasil, começou em 1998 e Imbituba foi pioneira. O turismo de observação no mundo cresce ao ritmo de 11,3% ao ano, três vezes mais do que o turismo internacional.

Segundo o Projeto Baleia Franca, a população de baleias Franca tem crescido 7% ao ano e as observações geram US$ 1 bilhão anuais a nível mundial. Não existem informações sobre os valores catarinenses. O Estado recebe 30 mil ecoturistas na baixa temporada, 10% exclusivamente para ver as baleias.

A PhD em Biologia Animal e diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca Karina Groch explica que a migração dos cetáceos ocorre por causa das temperaturas mais amenas, águas calmas e rasas, ambiente adequado para o nascimento e cuidados com os filhotes nos primeiros meses de vida. Além disso, as práticas locais de observação são organizadas de maneira a não interferir na vida dos animais.

Observação de barco ou da terrra

As observações podem ser feitas em mirantes ou através de embarcações. Os condutores dos barcos desligam os motores a 100 metros de distância dos mamíferos. As baleias são animais curiosos e se aproximam dos barcos. O tempo limite para cada grupo de baleias é de 30 minutos e o passeio dura em torno de 1h30min.

O presidente da Associação de Guias de Turismo da APA (AGTA), Júlio Vicente, afirma que, em média, 85% dos turistas são brasileiros, a maioria de SC, Rio Grande do Sul e São Paulo. “O turista da Europa é muito atualizado. Eles realmente se preparam para fazer turismo e sabem o que querem”, analisa.

O presidente do Instituto Baleia Franca, Henrique Litman, afirma que a Argentina é o concorrente mais forte porque, aqui no Brasil, falta divulgação e apoio. “Muitos brasileiros não sabem que Santa Catarina recebe baleias nesta época do ano. E os pacotes para o país vizinho, muitas vezes, são mais baratos. Além do peso argentino estar desvalorizado em relação ao real, a passagem de São Paulo para o Estado é mais cara do que para a Argentina”, avalia Litman.

Segundo ele, até 2008, o número de turistas estrangeiros era maior que o de brasileiros. O perfil deste ecoturista é diferente dos que visitam Santa Catarina no verão. “Eles gastam mais por dia do que os turistas de verão. É preciso investir nesse importante nicho de mercado” enfatiza Litman.

DIEGO SOUZA | 21/07/2010 | 10h20


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