8 de jul. de 2010

A reforma mais importante já feita no nosso sistema bancário


Espanha aprovará reforma dos bancos de poupança nesta 6ª, diz Zapatero

Medida vai abrir as portas dessas instituições, ‘as cajas‘, para o controle privado


Danielle Chaves | 8 de julho de 2010 - 12:08



MADRI - O governo da Espanha vai aprovar nesta sexta-feira uma reforma das regras para os bancos de poupança do país que vai abrir as portas para o controle privado das "cajas", afirmou o primeiro-ministro José Luis Rodriguez Zapatero. "Essa é a reforma mais importante já feita no nosso sistema bancário", disse Zapatero.
Com uma ligação forte com comunidades locais e frequentemente controladas por governos locais, as cajas espanholas têm sofrido as consequências do colapso do boom do setor imobiliário da Espanha que durou uma década. O crescente nível de dívida ruim desses bancos, combinado com a falta de transparência, levantou preocupações dos investidores e criou dificuldades graves de financiamento tanto para as cajas como para os bancos espanhóis listados em bolsa.
A provável aprovação da reforma das regras para os bancos de poupança espanhóis vai ocorrer enquanto a União Europeia está realizando testes de estresse com 91 bancos da zona do euro. Zapatero afirmou estar confiante nos resultados dos testes. "O sistema financeiro espanhol tem mostrado que é sólido (...) embora os bancos de poupança tenham mostrado certas falhas", disse.
Um dos pontos de fraqueza dos bancos de poupança é a falta de instrumentos para levantar capital. As ações sem direito a voto existentes não conseguiram atrair o interesse dos investidores, já que não oferecem meios para os acionistas participarem da administração das instituições.
A reforma que o governo socialista de Zapatero preparou junto com o oposicionista Partido Popular vai somar direitos de voto a essas ações, embora deva limitá-las a 50% do controle dos bancos. O restante permanecerá nas mãos dos atuais envolvidos com os bancos de poupança, que inclui depositantes, empregados e governos locais.
As novas regras deverão restringir o poder dos governos locais nos bancos, ao proibir que autoridades eleitas assumam cadeiras no conselho de diretores das cajas e ao determinar novas exigências de qualificação para aqueles que forem membros do conselho. Além disso, as cajs poderão se desfazer de toda a sua estrutura de governança se quiserem. Elas poderão listar suas ações por meio de fusões e separar suas atividades sociais e de serviços comunitários em fundações separadas. As informações são da Dow Jones.

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