31 de jul. de 2010

Redução de obstáculos e até mesmo da concessão de um prêmio.

Alemanha quer atrair profissionais qualificados do exterior

O ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, quer lançar uma campanha para atrair ao país profissionais altamente qualificados. Ele se disse a favor da redução de obstáculos e até mesmo da concessão de um prêmio.

Brüderle quer lançar campanha para atrair estrangeiros especializados
O ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, quer lançar uma campanha para atrair à Alemanha profissionais estrangeiros altamente qualificados. Ele se disse a favor até mesmo da criação de um prêmio em dinheiro para atrair ao país trabalhadores estrangeiros especializados.
Esse prêmio, segundo ele, poderia ser oferecido por empresas que procuram trabalhadores com urgência, afirmou o ministro em entrevista ao jornal alemão especializado em economia Handelsblatt.
Brüderle anunciou o lançamento nos próximos meses de uma campanha para atrair mão de obra estrangeira especializada. "Acho importante que seja desenvolvida uma estratégia geral, através da qual profissionais estrangeiros qualificados possam vir para a Alemanha". Ele pretende convidar representantes de todos os setores da economia e pesquisadores para participarem da campanha.


Ganho anual de 64 mil euros para receber visto

O político, entretanto, descartou que o governo venha a subvencionar o prêmio para atrair profissionais estrangeiros altamente qualificados com o dinheiro arrecadado em impostos. Ele também acha possível reduzir o salário mínimo exigido pela legislação para que as empresas do país empreguem mão de obra do exterior.

Atualmente, profissionais estrangeiros têm que comprovar um contrato de trabalho com uma renda anual de pelo menos 64 mil euros para assegurar a concessão de permissão de trabalho e permanência na Alemanha.
O ministro alemão da Economia acha que faltam profissionais no país. "É a falta de profissionais especializados que vai se tornar um problema importante do mercado de trabalho alemão nos próximos anos, não o problema do desemprego", afirmou. "Diante dos atuais três milhões de desempregados, o problema ainda não é visível. Entretanto, quanto mais a economia cresce, maior esse problema vai se tornando."
Alemanha 2
No início da atual gestão, os partidos da coalizão alemã de governo se comprometeram a modificar as regras de acesso ao mercado de trabalho para estrangeiros. "O acesso de estrangeiros altamente qualificados e profissionais ao mercado de trabalho deve ser sistematicamente ajustado às necessidades do mercado de trabalho alemão", diz um dos trechos do contrato de coalizão entre democrata-cristãos e liberais.

A ideia surge pouco antes do aniversário de 10 anos da introdução do programa  green card no país. Em 1° de agosto de 2000, o primeiro estrangeiro especialista em informática ganhou uma permissão de trabalho na Alemanha com o chamado green card.
O programa foi criado pelo governo alemão para  suprir a falta de especialistas em informática no mercado nacional. Até hoje foram atraídos à Alemanha 33 mil especialistas em computador. O governo tinha expectativa de atrair um número muito maior de profissionais.


Sindicato prefere especializar trabalhadores do país

A Bitkom (sigla em alemão para Federação para Economia da Informação, Telecomunicação e Novas Mídias) elogiou a iniciativa para simplificação da imigração de especialistas estrangeiros.
"As leis existentes são ainda muito restritivas para a entrada de profissionais altamente qualificados", declarou o presidente da entidade August Wilhelm Scheer.

"A diminuição da renda mínima é um passo importante", complementou. Segundo ele, também é importante que o cônjuge automaticamente receba uma permissão de permanência e de trabalho na Alemanha.

O sindicado IG Metall, entretanto, rejeitou a ideia de Brüderle. "Se o setor econômico quer que haja um potencial de mão de obra especializada na Alemanha, deveria, então, oferecer treinamentos de especialização para seus empregados", disse o especialista em educação da entidade, Klaus Heimann.

Ele lembrou ainda que isso se aplica principalmente a jovens de menos de 30 anos, entre os quais, segundo ele, há muitos desempregados.

Roselaine Wandscheer / 31/07/2010


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