Empesa Max Wilhelm, de Blumenau, já está pagando o novo imposto desde maio. Foto: Divulgação |
O motivo da indignação é a cobrança de R$ 0,03 sobre cada unidade de bebida envasada, independente de tamanho e volume, imposta pelo novo Sistema de Controle de Bebidas (Sicobe). A lei foi protocolada no ano passado, porém nem todas as empresas já estão pagando a nova taxa, que passa a valer a partir do momento que a Fazenda notifica o produtor.
"Em Santa Catarina, três fábricas foram notificadas e estão pagando a cobrança. As outras estão esperando a notificação", relata o presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes (Afrebras), Fernando Bairros.
Entre os produtores que estão pagando a nova taxa está a Max Wilhelm, de Blumenau. Segundo o diretor da empresa Otávio Greuel, os fabricantes de bebidas não são contrários ao Sicobe, mas sim à taxa de R$ 0,03 por unidade envasada. "Esse valor é pago à Casa da Moeda e, teoricamente, deveria ser ressarcido através do pagamento de PIS e COFINS, o que acaba não acontecendo", relata Greuel.
Segundo ele, ao pagar o imposto diretamente para a Casa da Moeda, ele acaba por não retornar em forma de benefícios para a sociedade. "É apenas mais uma taxa que vem onerar ainda mais os pequenos e médios produtores, principalmente", enfatiza.
A reclamação das pequenas e médias fábricas é que, ao pagar o mesmo imposto para um copo de 200 ml e um refrigerante de 3 litros, eles são penalizados. "Proporcionalmente, o imposto fica muito mais pesado para quem produz em menor escala", afirma Greul.
Pequenos produtores ameaçam parar
Segundo o presidente da Afrebras, assembleias estão acontecendo nos estados e há a possibilidade de se parar a produção. "Mais de 80 fabricantes estão dispostos a parar suas atividades. Senão houver uma atitude urgente do Ministério da Fazenda e da Receita Federal, haverá fechamento em massa das pequenas e médias indústrias de refrigerantes do país, que não suportam mais esta onerosa tributação", declara.
Para Bairros, o governo admite que a situação não está correta, porém não toma atitudes para solucionar a questão. "As audiências públicas até agora não surtiram efeito. Faz 18 meses que estamos conversando, mas não se resolveu nada", conta.
Ele afirma que a situação é alarmante. "No ano 2000, quando ocorreu a fusão da Brahma com a Antarctica, existiam 850 empresas setoriais no país. Hoje, são apenas 238 que tendem a fechar suas portas se não houver providências por parte do governo, o que levará ao fechamento de mais de 48 mil postos de trabalhos diretos", finaliza.
LEONARDO GORGES | 02/08/2010 | 09h37
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