14 de jul. de 2010

O Brasil será dividido em "quatro regiões para garantir que torcedores não tenham que viajar por mais de uma ou duas horas entre um estádio e outro"

Infraero prevê investimento de R$ 6,48 bi em aeroportos até 2014



Os aeroportos do país receberão um investimento de R$ 6,48 bilhões até 2014, quando o Brasil vai sediar a Copa do Mundo, disse nesta quarta-feira o superintendente da Infraero, Jonas Lopes, dias depois de a infraestrutura para receber o Mundial ter sido alvo de críticas.

Desse total, cujos recursos virão da Infraero (61%) e do governo federal (49%), R$ 5,4 bilhões serão investidos nos 14 aeroportos relacionados com as 12 cidades-sede do Mundial, informou a estatal.

"Segundo estudos encomendados pelo Ministério da Defesa, durante a realização do Mundial, o volume de passageiros deve crescer em torno de 10% sobre a movimentação estimada para o ano", disse a Infraero em comunicado.

A previsão para 2014 sem a Copa seria de 26 milhões de passageiros, afirmou Lopes durante audiência pública da Comissão de Viação e Transportes da Câmara.

Em alguns aeroportos, como os de Guarulhos, Campinas e Brasília, a Infraero prevê a instalação de módulos operacionais, que darão suporte ao atendimento da demanda nesses terminais.

A situação aeroportuária é a que mais preocupa para o torneio que será sediado pelo Brasil, segundo o presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do comitê organizador do Mundial, Ricardo Teixeira.

Na semana passada, em entrevista na África do Sul, o dirigente não soube informar sobre investimentos e disse que a área era de responsabilidade da Infraero.

Porém, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, disse que o Brasil será dividido em "quatro regiões para garantir que torcedores não tenham que viajar por mais de uma ou duas horas entre um estádio e outro". A ideia é evitar grandes deslocamentos das seleções entre as 12 cidades que vão receber jogos do Mundial: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu àqueles que criticam o Brasil por não estar com a infraestrutura completa para a próxima Copa do Mundo.

"Terminou uma Copa do Mundo na África do Sul agora e já começam aqueles a dizer: 'Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros?', como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades", disse Lula em evento sobre o trem de alta velocidade entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, cujo leilão está marcado para dezembro.

Os estádios também são motivo de preocupação para a Copa de 2014. A grande maioria não começou a reforma ou construção e no mês passado o Morumbi foi excluído, deixando São Paulo ainda sem um local para receber as partidas.

Além das obras visando a Copa, a Infraero planeja ações visando as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. "Fazemos esse planejamento anualmente e temos investimentos previstos para depois de 2014 também", afirmou Lopes, segundo comunicado divulgado pelo presidente da CVT, deputado Milton Monti (PR-SP).

Lopes acrescentou que nenhuma das obras causará transtorno aos passageiros porque serão usados terminais temporários para atender os usuários.

14/07/2010 - 19h07



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