12 de jan. de 2011

Não adianta bater de frente.

Concorrência asiática faz têxteis de SC focarem negócios na América do Sul. Proximidade favorece exportações

O setor têxtil catarinense começa 2011 com o desafio de aumentar as exportações para os países da América do Sul, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn. Com a crise, o segmento reduziu as exportações e direcionou as vendas ao mercado interno, que está aquecido, mas não absorveu toda a produção.

Ulrich Kuhn, presidente do Sintex: há espaço para crescer, mas é preciso vencer os desafios

Hoje, o mercado internacional para o setor é dominado por países como China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão. A forte concorrência com os asiáticos faz com que os embarques sejam focados nos países vizinhos. A proximidade geográfica oferece vantagem competitiva às empresas.

De janeiro a novembro de 2010 as exportações do setor somaram US$ 194,8 milhões. Os principais compradores foram Argentina, Estados Unidos, Uruguai, Paraguai, França, Espanha e Alemanha.

Em 2000, a participação catarinense nas exportações brasileiras de produtos da indústria têxtil e do vestuário era de 25% (US$ 301 milhões), mas, em 2009, esse número caiu para 9% (US$ 176 milhões). A participação brasileira de produtos têxteis no mercado mundial não chega a 1%.

Kuhn afirma que uma das preocupações é com o avanço das importações. Nos últimos dez anos, o Estado aumentou a participação nas importações brasileiras do setor, que passaram de 9% em 2000 para 27% em 2009.

Para o presidente do Sintex, 2010 foi um ano positivo, influenciado pelo mercado interno. Ele ressalta que há espaço para crescer, mas é preciso vencer os desafios. “A indústria tem que ficar mais competitiva para enfrentar o mundo globalizado. Temos que trabalhar mais nossas marcas, não dá para sermos apenas produtores”, diz.

Segundo ele, o setor está confiante para 2011, mas a expectativa é mais moderada. “Teremos números menores, mas as perspectivas e a confiança no Brasil continuam grandes”, afirma.

NÚMEROS

A indústria têxtil e do vestuário emprega 155 mil trabalhadores nos 8,3 mil estabelecimentos situados no Estado. A atividade tem uma participação de 16% na indústria levando em consideração o valor da transformação industrial. Santa Catarina é o segundo polo têxtil e do vestuário do Brasil e o maior produtor de linhas para crochê e fitas elásticas da América Latina. O setor também se destaca na produção de artigos de cama, mesa e banho.


12/01/2011

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